Leitura Bíblica: Marcos 3:20-30
Versículos-chave: “Um reino dividido internamente será destruído. Da mesma forma, uma família dividida contra si mesma se desintegrará.” (Marcos 3:24-25 NVT)
Uma das provações constantes que Jesus enfrentou foi a má interpretação de Suas atitudes pelas pessoas. E, neste episódio específico, as críticas não vieram apenas dos mestres da lei, mas também dos Seus próprios parentes: “Quando os familiares de Jesus souberam o que estava acontecendo, tentaram impedi-lo de continuar. ‘Está fora de si’, diziam” (Marcos 3:21 NVT).
Esse tipo de reação provavelmente surgiu devido à rotina exaustiva que Jesus levava, a ponto de Ele e Seus discípulos não conseguirem nem mesmo parar para se alimentar. E até hoje, esse tipo de julgamento persiste, especialmente quando alguém, por amor e dedicação à obra de Deus, se entrega de forma intensa, abrindo mão do próprio bem-estar.
Entretanto, se mais cristãos tivessem esse mesmo nível de entrega, talvez não veríamos tantas pessoas perdidas morrendo sem salvação ao redor das nossas igrejas; não seria tão raro encontrar missionários dispostos a ir aos campos; o sustento dos que estão em missão não seria tão penoso; as reuniões de oração estariam mais cheias; e as classes de escola bíblica dominical não contariam com tão poucos alunos.
Enquanto os parentes de Jesus achavam que Ele estava fora de si, os mestres da lei, por outro lado, foram ainda mais longe, acusando-O de “está possuído por Belzebu, príncipe dos demônios” (Marcos 3:22 NVT), e alegaram que era esse o poder por trás de Seus milagres de expulsar demônios. O nome “Belzebu” significa “senhor das moscas” ou “senhor da imundícia”, o que torna essa acusação extremamente ofensiva e irreverente.
Inicialmente, Jesus respondeu aos mestres da lei com uma pergunta estratégica: “Como é possível Satanás expulsar Satanás?” (Marcos 3:23 NVT). Em outras palavras, se Jesus estivesse expulsando espíritos impuros pelo poder de Belzebu, isso significaria que o maligno estaria sabotando seus próprios planos de dominação. Logo depois, Jesus afirmou:
“Um reino dividido internamente será destruído. Da mesma forma, uma família dividida contra si mesma se desintegrará.” (Marcos 3:24-25 NVT)
Seja um governo, uma família, um indivíduo ou uma igreja — nenhuma estrutura que esteja em conflito interno consegue se manter de pé. A continuidade depende da união, e não da divisão. Sendo assim, a acusação feita pelos mestres da lei era não apenas infundada, mas também profundamente pecaminosa. Jesus, na realidade, estava combatendo Satanás: Cristo é “o homem ainda mais forte” que amarra o homem forte (Satanás) e saqueia sua casa (Marcos 3:27).
Além de refutar os mestres da lei, Jesus também declarou uma sentença contra eles, pois haviam cometido o pecado imperdoável da blasfêmia contra o Espírito Santo (Marcos 3:28-30). Mas por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é considerada um pecado sem perdão? Porque quem o comete — de maneira consciente e deliberada — acusa Jesus de agir sob influência demoníaca e rejeita a ação do Espírito Santo, atribuindo Suas obras ao inimigo. Esse pecado é imperdoável justamente porque a pessoa rejeita tanto o Deus Filho quanto o Deus Espírito Santo.
Ao ouvir essa verdade, muitos cristãos ficam aflitos, temendo já ter cometido esse pecado imperdoável em algum momento. Por isso, é importante lembrar: ninguém pode sentir arrependimento genuíno por seus pecados se não for por obra do Espírito Santo. Em outras palavras, quem blasfema contra o Espírito jamais experimenta arrependimento. Logo, o simples fato de alguém estar preocupado em ter cometido esse pecado é, por si só, uma evidência de que não o fez!
Ore e reflita sobre isso🙏
Uma resposta
Excelente, como sempre. Glória a Deus.