Leia Atos 26:24,28
“Disse Festo em alta voz: ‘Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar’. E disse Agripa a Paulo: ‘Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!’”
Festo apresentou o caso de Paulo ao rei Agripa II, despertando seu interesse em conhecê-lo e ouvi-lo falar (leia Atos 25:22). Assim, foi realizada uma audiência na qual Paulo seria levado perante o rei para apresentar sua defesa. Segundo o relato bíblico, Agripa e Berenice, acompanhados por pessoas influentes da cidade, compareceram pomposamente para ouvir a defesa de Paulo (leia Atos 25:23). O rei Agripa II era descendente da família herodiana, que governou em Israel por muitos anos. Portanto, ele tinha um profundo conhecimento dos costumes e crenças dos judeus. Essa era uma oportunidade excelente para Paulo expressar sua fé em Cristo.
Durante sua defesa, Paulo levantou a seguinte questão: “Por que vocês acham impossível que Deus ressuscite os mortos?” (Atos 26:8); e prosseguiu apresentando relatos de sua própria vida, detalhando as perseguições que infligiu aos cristãos, bem como sua conversão a Cristo e seu chamado para o ministério (leia Atos 26:8-19).
Como mencionado anteriormente, o cerne da pregação de Paulo era a afirmação de que Jesus está vivo e ressurreto. Você sabe por que essa verdade gerava tanta oposição entre os judeus? A grande oposição por parte dos judeus estava ligada à seguinte questão: se Jesus ressuscitou e está vivo, então os judeus teriam matado o Messias. Logo, a crença na ressurreição de Jesus implicaria em reconhecer o terrível crime que cometeram!
Observe que quando Paulo declara o que os profetas e Moisés haviam predito – “que o Cristo deveria sofrer, ser o primeiro a ressuscitar dos mortos e proclamar a luz tanto aos judeus quanto aos gentios” – Festo exclama em voz alta: “Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar” (Atos 26:23,24).
A defesa de Paulo ainda não havia terminado, mas suas palavras causaram impacto em Festo, que gritou para interrompê-lo e o chamou de louco. O que Paulo estava dizendo parecia uma loucura para Festo, no entanto, o que realmente o perturbava era o fato de saber muito bem que as palavras de Paulo eram acompanhadas de “verdade e de um são juízo” (leia Atos 26:25).
Direcionando-se ao rei, Paulo pergunta: “Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês.” O rei respondeu: “Por pouco você me persuadiria a me tornar cristão! “. A mensagem de Paulo tinha um conteúdo familiar para o rei e, embora Agripa estivesse muito perto de tomar uma decisão, ele continuou a “recalcitrar contra o aguilhão”. Recalcitrar é se colocar como alguém incapaz de enxergar o óbvio e uma obstinação severa em buscar a todo custo suas próprias verdades e convicções. Quanto mais rebelde, obstinado e hesitante, maior é o sofrimento causado pelos ferimentos do aguilhão.
Nos dias de hoje, também encontramos reações bem semelhantes: algumas pessoas acham que a mensagem do Evangelho é loucura, algo irreal ou até mesmo bobagem. Outras se familiarizam com o Evangelho, tornam-se simpatizantes, frequentam os cultos, mas permanecem hesitando. No entanto, há aqueles que creem no poder do Evangelho e, por isso, se entregam completamente, dedicam-se plenamente, pois compreendem que foi Cristo quem iluminou a luz do seu entendimento para creem.
“Porque a mensagem da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” (1 Coríntios 1:18)