Leitura Bíblica: Efésios 5:1-2
Versículo-chave: “Vivam em amor, seguindo o exemplo de Cristo, que nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.” (Efésios 5:2 NVT)
No capítulo 4, refletimos sobre o viver em santidade: analisando o velho homem, suas inclinações e hábitos; e o novo homem, sua essência e comportamento – observando como ele deve conduzir sua vida à luz da salvação que Deus nos concedeu gratuitamente. No capítulo 5, aprofundaremos na exposição de Paulo sobre o viver em amor. Para tanto, é imprescindível caminhar em santidade (Efésios 4:17-32), vivendo de acordo com a nova natureza em Cristo.
Embora o substantivo “amor” traduza a palavra grega “ágape” (afeição), neste contexto se relaciona à santificação. Em Efésios 5:1, Paulo instrui:
“Portanto, como filhos amados de Deus, imitem-no em tudo que fizerem.”
Ou seja, o amor de Deus é a origem da santificação. A ideia bíblica de santificação é a de separação. No Antigo Testamento, quando algo ou alguém era santificado, significava que estava separado para ser usado por Deus com um propósito específico, essa é a essência da santificação. Por isso, como “filhos amados de Deus”, fomos santificados (separados) para uso exclusivo dEle. À medida que avançamos em santidade nossa vida se torna cada vez mais marcada pela comunhão com Ele.
“Vivam em amor, seguindo o exemplo de Cristo, que nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus.” (Efésios 5:2 NVT)
O cristão genuíno, justificado em Cristo, não encontra satisfação em contendas, preconceitos ou discriminações contra seus irmãos. Este era um problema presente na igreja de Éfeso. Paulo, em Efésios 2:11, exorta os crentes a permanecerem unidos, pois o mistério de Cristo revela que judeus e gentios formam um só corpo. A verdadeira comunhão cristã exige unidade: é impossível estar em comunhão com Deus enquanto a igreja se divide internamente. Por isso, Paulo adverte: “vivam em amor, seguindo o exemplo de Cristo”.
Imitar a Deus é seguir o exemplo de Jesus. Cristo é a revelação perfeita de Deus e o nosso modelo sobre como amar. O texto destaca que Cristo “nos amou”, entregando-se a si mesmo como oferta e sacrifício a Deus. Isso mostra que o amor a Deus motivou o sacrifício de Cristo, que foi aceito “como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus”.
O “aroma” de um sacrifício tinha relevância para Deus desde o Antigo Testamento (Gênesis 8:21; Levítico 1:9,13; 2:2; 23:18). Sua importância não está no cheiro em si, mas no significado: a expiação substitutiva pelo pecado. O Novo Testamento revela Cristo como o sacrifício final e definitivo pelo pecado, sendo Ele o único capaz de oferecer um sacrifício de aroma eternamente agradável a Deus. Portanto, o amor cristão é sacrificial: assim como Cristo entregou sua vida por nós, “também devemos dar nossa vida por nossos irmãos” (1 João 3:16 NVT).