Leitura Bíblica: Efésios 6:13-17
Versículo-chave: “Portanto, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir ao inimigo no tempo do mal. Então, depois da batalha, vocês continuarão de pé e firmes.” (Efésios 6:13 NVT)
O imperativo, “vistam toda a armadura de Deus”, deixa evidente que essa armadura pertence ao próprio Deus. O termo descreve o equipamento completo de um soldado, preparado da cabeça aos pés, para defender-se contra as estratégias enganosas do diabo, nosso adversário. Este soldado está situado em território já conquistado – porque o seu Comandante, o Senhor Jesus Cristo, triunfou sobre o pecado, a morte e Satanás; mas, como ainda está sob ataques, este soldado precisa usar a armadura para “resistir ao inimigo no tempo do mal e então, depois da batalha, continuar de pé e firme”. Portanto, cada parte dessa armadura representa o que Cristo conquistou na cruz:
A primeira parte mencionada é o “cinto da verdade” (Efésios 6:14 NVT), que simboliza a veracidade do Evangelho. Na vestimenta de um soldado romano, o cinto sustentava toda a estrutura da armadura e mantinha as armas em posição. Do mesmo modo, a verdade dá firmeza à vida do discípulo de Cristo. Quem anda em falsidade e engano expõe-se às artimanhas do maligno, mas quem conhece a verdade do Evangelho é resguardado de mentiras, distorções e falsos ensinos.
A segunda peça é a “couraça da justiça” (Efésios 6:14 NVT). Esse peitoral do soldado protegia órgãos essenciais, como o coração e os pulmões. No âmbito espiritual, é a justiça proveniente de Deus que guarda o coração do crente. Essa justiça não é mérito humano, mas dom recebido pela fé em Cristo, aquele que “foi entregue à morte por causa de nossos pecados e foi ressuscitado para que fôssemos declarados justos diante de Deus” (Romanos 4:25 NVT).
Nos pés, o cristão deve calçar-se com “a paz das boas-novas” (Efésios 6:15 NVT). Os calçados militares romanos eram sandálias firmes, feitas de couro grosso, que protegiam contra pedras afiadas e garantiam estabilidade em marcha. Para Paulo, o anúncio do Evangelho é o que dá firmeza e proteção ao discípulo de Jesus.
Outro elemento é “o escudo da fé” (Efésios 6:15 NVT) indispensável para a defesa. Os soldados romanos usavam escudos grandes para se proteger de flechas incendiárias. Espiritualmente, ter fé é confiar que Deus tem o poder de nos proteger e livrar das armadilhas do inimigo, tais como mentiras, maus pensamentos, desejos vingativos, e todas as formas de tentações. Caso estes dardos não sejam apagados, inevitavelmente, inflamarão dentro de nós.
A próxima peça citada por Paulo é “a salvação como capacete” (Efésios 5:17 NVT). O capacete protegia a cabeça do soldado e, espiritualmente, a segurança da salvação guarda a mente do cristão. Muitos são assolados por acusações, culpas e incertezas, mas aqueles que têm convicção de que pertencem a Deus e que sua salvação está assegurada em Cristo permanecem firmes.
Por fim, Paulo menciona a “espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Efésios 6:17 NVT). Longe de ser uma arma de ataque, a espada, assim como o restante da armadura, é instrumento de defesa. Na prática, ela corresponde à passagem bíblica que precisamos usar em situações específicas. Para empunhá-la, é necessário conhecê-la e manuseá-la bem (2 Timóteo 2:15). Quando a Escritura não estiver em nossas mãos, ela deve estar gravada em nossa mente e coração. Porém, se não dedicarmos tempo ao estudo e meditação da Palavra, como seremos capazes de memorizá-la? E, se não memorizarmos, como a usaremos em meio à luta?
Portanto, a armadura de Deus é um convite a uma vida de vigilância e obediência, para que possamos resistir nos dias de provação e, após a batalha, permanecermos firmes no Senhor!