Leia Mateus 5:3
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.”
Como já reconhecemos, o Reino de Deus se contrapõe completamente aos domínios terrenos. Assim, a ideia de ser ‘bem-aventurado‘ ou ‘mais que feliz‘ vai contra a correnteza das orientações mundanas. Além disso, essa felicidade não é uma conquista alcançada mediante esforço próprio, mas um presente concedido por Deus pela fé. Outro ponto de extrema importância é que, da mesma forma que o fruto do Espírito (leia Gálatas 5:22, 23) reflete o caráter do cristão, as bem-aventuranças também caracterizam esse mesmo grupo de indivíduos. Tais características não são habilidades inatas, são virtudes que possuímos em total dependência da graça de Deus.
A primeira bem-aventurança relaciona-se com os ‘pobres de espírito‘, a quem pertence ‘o Reino dos Céus‘. Note que Jesus não declara que os ‘pobres de espírito’ serão bem-aventurados; Ele afirma que já o são! Os cristãos não esperam pela felicidade apenas na vida futura; eles já a experimentam no presente!
Dessa maneira, ser ‘pobre de espírito’ não significa ser autoconfiante, arrogante ou orgulhoso de sua própria ‘humildade’. Isso também não alude à dificuldade financeira; uma vez que nem a pobreza, por si só, é virtuosa, nem a riqueza, por si só, é maléfica. Nem a riqueza, nem a pobreza são indicativos de espiritualidade. Além disso, ser ‘pobre de espírito’ não sugere uma vida espiritual deficiente, carente de santidade, fé, amor e verdade. Não se trata de ser um cristão frágil, envergonhado, vulnerável ou espiritualmente preguiçoso.
Ser ‘pobre de espírito’ implica reconhecer nossa condição de pecadores, alvos da justa ira divina, merecendo somente o juízo de Deus. É perceber que nada possuímos para oferecer ou reivindicar; é reconhecer nossa completa dependência de Deus – isso quer dizer que carecemos dEle tanto no âmbito físico quanto no espiritual. Ser ‘pobre de espírito’ implica estar profundamente convicto de nosso pecado, sem ‘esconder’ nada de Deus. É clamar por Sua misericórdia, como fez o publicano (leia Lucas 18:9-14).
Ser ‘pobre de espírito’ significa ter uma visão realista de si mesmo (consulte Romanos 12:3) e compreender que essa bem-aventurança é a base para as demais, uma vez que é necessário negar a si mesmo para, então, ser pleno em Deus.
Você se considera um discípulo de Cristo?
Medito nisso!