Leitura Bíblica: Efésios 5:18
Versículo-chave: “Em vez disso, sejam cheios do Espírito.” (Efésios 5:18 NVT)
Diferente de todas as outras religiões, nas quais as pessoas precisam realizar obras para serem “aceitas” diante de seus deuses; no cristianismo, a ordem é inversa: primeiro, Deus nos aceita e recebe em Seu amor e, em resposta de gratidão, praticamos “as boas obras que Ele de antemão planejou para nós” (Efésios 2:10 NVT), para o louvor da Sua glória. É por essa razão que as epístolas de Paulo geralmente seguem esse padrão: na primeira seção, ele apresenta o aspecto teórico ou doutrinário – mostrando a realidade da nova vida em Cristo; na segunda parte, ele conduz seus ouvintes à aplicação prática dessa verdade.
Em Efésios 5:18, Paulo nos instrui a sermos cheios do Espírito Santo. E a primeira verdade que não podemos esquecer é que o Espírito Santo não é uma força impessoal ou uma energia mística, mas a terceira Pessoa da Trindade. Assim, viver cheio do Espírito significa render a Ele o controle da nossa vida.
Não somos capazes de comandar o Espírito Santo; pelo contrário, é Ele quem exerce autoridade sobre nós! Por esse motivo, as Escrituras não relatam agendas para cultos de “cura” ou “libertação”. Os apóstolos desconheciam o momento exato em que o Espírito se manifestaria. O próprio Jesus já havia ensinado: “O vento sopra onde quer…” (João 3:8 NVT).
Paulo também não fez o paralelo entre embriaguez e plenitude do Espírito sem motivo. Ele está falando de influência. Quando uma pessoa se encontra embriagada, seus pensamentos, emoções, decisões, palavras e atitudes são moldados pelo álcool. Assim, ser cheio do Espírito significa que nossas escolhas, conduta, falas e decisões demonstram a influência e a presença dEle em nós.
A distinção essencial é que o vinho leva ao conflito e ao descontrole, enquanto o Espírito Santo produz domínio próprio. Quanto mais cheios do Espírito estivermos, maior será nosso autocontrole. Por isso, é incorreto relacionar a plenitude do Espírito Santo a atitudes desordenadas, como gritos, giros, quedas ou outros movimentos sem razão.
Outro ponto fundamental é que o fato de não termos controle sob a ação do Espírito Santo não serve como justificativa para nossa desobediência. A ordem “sejam cheios do Espírito” está no modo imperativo. Imperativos não são conselhos opcionais, mas exigências que requerem obediência! Assim, da mesma maneira que consideramos errado alguém se embriagar com vinho, também deveríamos considerar pecado a negligência em buscar a plenitude do Espírito. Afinal, se ambas as instruções estão no imperativo – “não se embriaguem com vinho” e “sejam cheios do Espírito” – não podemos escolher obedecer a uma e ignorar a outra.
Embora não possamos determinar a plenitude do Espírito Santo em nós, podemos nos preparar, clamar e suplicar por ela. Tiago ensina que não temos porque não pedimos, e até mesmo quando pedimos, muitas vezes não recebemos, porque pedimos de maneira incorreta (Tiago 4:2-3). Você tem suplicado diariamente para ser cheio do Espírito como se fosse a coisa mais importante da sua vida?
“Portanto eu lhes digo: ‘peçam, e receberão. Procurem, e encontrarão. Batam, e a porta lhes será aberta. Pois todos que pedem, recebem. Todos que procuram, encontram. E, para todos que batem, a porta é aberta’. Vocês que são pais, respondam: ‘Se seu filho lhe pedir um peixe, você lhe dará uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo, você lhe dará um escorpião?’ Portanto, se vocês que são pecadores sabem como dar bons presentes a seus filhos, quanto mais seu Pai no céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem!”. (Lucas 11:9-13 NVT)