Leitura Bíblica: Marcos 7:24-30
Versículo-chave: “Jesus lhe disse: ‘Primeiro devem-se alimentar os filhos. Não é certo tirar comida das crianças e jogá-la aos cachorros’.” (Marcos 7:27 NVT)
Jesus se deslocou da Galileia rumo ao território de Tiro e Sidom, também chamado de Siro-Fenícia. E, mesmo buscando hospedar-se em uma casa distante, não foi possível manter privacidade:
“De imediato, uma mulher que tinha ouvido falar dEle veio e caiu a seus pés. A filha dela estava possuída por um espírito impuro, e ela implorou que Ele expulsasse o demônio que estava na menina.” (Marcos 7:25-26 NVT)
Essa mulher era uma estrangeira, natural daquela localidade. Ao apresentar seu clamor, ela ouviu uma resposta que refletia a perspectiva cultural dos judeus de sua época: os israelitas tinham prioridade sobre os povos gentios.
“Jesus lhe disse: ‘Primeiro devem-se alimentar os filhos. Não é certo tirar comida das crianças e jogá-la aos cachorros’.” (Marcos 7:27 NVT)
A palavra “filhos” fazia referência direta ao povo de Israel, enquanto o termo “cachorros” carregava uma conotação ofensiva, sendo usado para descrever os gentios como impuros (1 Reis 21:23; 22:38). Em outras passagens, os cães representavam indivíduos desprezados ou sem valor (1 Samuel 24:14-15; 2 Samuel 16:9; Isaías 56:10).
Jesus foi enviado prioritariamente ao povo de Israel, apresentando-se como seu Messias e Salvador. A mensagem do Evangelho começou a ser anunciada primeiramente à nação judaica (Mateus 10:5-7; 15:24). Compreender esse contexto é essencial para entender o modo como Jesus interagiu com a mulher siro-fenícia.
Com humildade, reverência e ousadia, ela aceitou a analogia feita por Jesus, usando-a com sabedoria ao responder:
“‘Senhor, é verdade’, disse a mulher. ‘No entanto, até os cachorros, debaixo da mesa, comem as migalhas dos pratos dos filhos’.” (Marcos 7:28 NVT)
Certamente, aquela mulher já tinha ouvido falar sobre quem era Jesus, pois O reconheceu como “Senhor”. Ela não apenas reconheceu sua condição diante dEle, mas também aceitou sua posição com humildade, contentando-se com as sobras — as pequenas bênçãos que pudessem cair da mesa. E, após essa expressão de fé, ela ouviu de Jesus as palavras que tanto desejava: “Vá para casa, pois o demônio já deixou sua filha” (Marcos 7:29 NVT).
Sem dúvida, aquela mulher estava vivendo um momento de grande dor. Podemos imaginar o quanto foi angustiante ver sua filha possuída por um demônio. Ela se prostrou, em clamor, aos pés de Jesus e, não apenas orou, mas persistiu.
Muitas vezes, nosso coração se mostra frio e desacreditado na prática da oração, principalmente quando é em favor de outra pessoa. Com facilidade, oramos por um tempo e depois paramos, especialmente quando os resultados parecem demorados.
Nos momentos em que estivermos prestes a parar de orar pelos outros, devemos nos lembrar dessa mulher. Ela não desanimou diante da primeira negativa, mas insistiu em sua súplica. Em perseverança, ela pôde retornar ao seu lar cheia de alegria, e ao chegar, “sua filha estava deitada na cama, e o demônio a havia deixado” (Mateus 7:30 NVT). Portanto…
“Alegrem-se na esperança. Sejam pacientes nas dificuldades e não parem de orar.” (Romanos 12:12 NVT)