Leia Tiago 5:16b
“A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.”
No versículo de hoje, destacamos a notável eficácia da oração. Seja ela proferida em favor de si mesmo ou por outros, a oração de alguém justificado por Cristo é recebida por Deus. Contudo, é fundamental compreender que, da mesma forma que a justificação é concedida por mérito de Cristo, na oração não devemos focar no mérito humano. Tiago ilustra isso por meio do exemplo de Elias:
“Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.”
(Tiago 5:17,18)
Este ensino deve ser encorajador para todos nós, pois demonstra que o poder não reside nas capacidades humanas, mas sim em Deus, a quem Elias dirigiu sua oração. É notável perceber que Elias não impôs sua vontade a Deus, mas sim expressou-se em oração.
A ação peculiar de Elias em orar pela falta de chuva, está intrinsicamente relacionada ao afastamento de Israel. A oração de Elias serviu como um ato de confronto/correção contra o rei, o povo e os profetas de Baal. Essa compreensão é essencial para contextualizar os últimos versículos de Tiago, onde ele incentiva os cristãos dispersos a corrigir aqueles que, porventura, se desviarem da verdade:
“Irmãos, se algum dentre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados.” (Tiago 5:19,20)
Tiago não aborda a morte espiritual, mas sim a física. Ele reconhece que, mesmo entre os irmãos na fé, é possível o desvio da verdade, reiterando que os cristãos não devem se gloriar em estar livres de erros, mas sim estar dispostos a corrigir uns aos outros em amor.
Assim, ao corrigir um irmão, não devemos ter medo de mostrar-lhe seu erro. O esforço em corrigir é um ato de amor e uma tentativa de trazer a pessoa de volta à verdade (leia Mateus 18:15). A missão de pregar o Evangelho aos perdidos deve ser acompanhada do compromisso de restaurar os cristãos – quando estes se desviam da verdade – visando “salvar da morte uma alma e cobrir uma multidão de pecados”. Isso deve ser feito sem arrogância, mas sim em amor, compaixão, discernimento e temor.
Portanto,
“Conservemo-nos a nós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. Apiedando-nos de alguns, usando de discernimento; e salvando alguns com temor, arrebatando-os do fogo…” (Judas 1:21-23).