Leia Mateus 5:19
“Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.”
Muitos afirmam que, uma vez que vivemos na graça, estamos isentos da lei. De fato, Cristo cumpriu a lei em nosso lugar, Ele pagou o preço. Ao proferir “Tetelestai” (está consumado) na cruz, Ele declarou que o preço pelo nosso pecado estava quitado. Fomos redimidos!
No entanto, o cristão segue a lei pelo Espírito, em união com Cristo (leia Gálatas 5:16-18,22,23). A lei não deixa de ser cumprida; não estamos isentos da lei de Deus. A questão, é que agora, não basta apenas “não cometer adultério”, mas ser fiel. Não basta “não cobiçar”, mas estar plenamente satisfeito em Deus. Não basta “não matar”, mas amar até mesmo os inimigos. O cumprimento da lei continua na vida do cristão de forma interna, dirigida pelo Espírito Santo.
A lei cerimonial e a lei moral são expressões da santidade de Deus. A lei precisa ser compreendida corretamente para que seu propósito seja alcançado de forma a glorificar a Deus. Os escribas e fariseus deturpavam a lei em nome da própria lei, distorcendo seu significado para demonstrar uma espiritualidade superficial. Eles se vangloriavam, ao mesmo tempo em que violavam a lei, e ensinavam ao povo preceitos humanos, em vez de ensinar a fidelidade à lei de Deus. Violar a lei traz graves consequências para o transgressor e ensinar esses desvios também:
“Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos céus.”
Por outro lado, a benção reside em obedecer a lei, guardar esta lei e transmiti-la (ensiná-la):
“Aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.”
Para que possamos ensinar aos outros, é necessário viver essa verdade. Esse foi o erro dos escribas e fariseus: eles falavam, mas não praticavam; pregavam, mas não agiam (leia Mateus 23:3). Ou seja, uma justiça superficial não é suficiente para entrar no Reino dos céus:
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.”
Qual é a justiça dos mestres da lei e dos fariseus? E qual seria a justiça dos discípulos que excederia àquela? Os fariseus buscavam cumprir a lei minuciosamente, e sua justiça consistia em aderir rigorosamente ao que a lei prescrevia. O objetivo deles era conformar completamente suas ações com o que a lei ordenava. No entanto, sempre havia uma lacuna, sempre faltava algo (leia Hebreus 9:9-12). A justiça dos discípulos supera a dos fariseus porque é uma justiça perfeita quando comparada à dos fariseus. O mérito da justiça dos discípulos é que, antes mesmo de começarem a praticar a lei, ela já foi cumprida; suas exigências já foram satisfeitas em Cristo. O mérito é todo dEle!
Se a justiça não se limita apenas em fazer o bem, mas envolve uma comunhão pessoal e completa com Deus, Jesus não apenas possui a justiça, mas Ele é a própria justiça. Ele é a justiça dos discípulos. Por isso, a justiça dos discípulos excede a dos fariseus, pois se baseia no chamado de Jesus à comunhão. Essa comunhão exclui a ostentação; não se orgulha de sua própria justiça, mas chora pelos próprios pecados e pelos pecados dos outros; não defende seus direitos, mas é mansa; não busca reconhecimento, mas busca a justiça de Deus; não oprime, mas demonstra misericórdia; não permite impurezas no coração, mas busca purificação; não causa divisões, mas busca a paz; não alimenta conflitos, mas está disposta a sofrer por causa da justiça. E, “se padecermos por amor da justiça, seremos bem-aventurados!” (1 Pedro 3:14)