Leitura Bíblica: Marcos 3:1-6
Versículo-chave: “Jesus olhou para os que estavam ao seu redor, irado e muito triste pelo coração endurecido deles. Então disse ao homem: ‘Estenda a mão’. O homem estendeu a mão, e ela foi restaurada.” (Marcos 3:5 NVT)
Os debates em torno do sábado continuaram quando Jesus entrou em uma sinagoga e viu um homem com a mão atrofiada. Os fariseus, que também estavam presentes, observavam Jesus atentamente, não com o desejo de aprender com Ele, mas com a intenção de encontrar algo que pudessem usar para acusá-Lo de violar o descanso sabático.
É essencial considerar que aqueles religiosos estavam tentando comprometer Jesus justamente no dia (sábado) e no local (sinagoga) reservados à adoração a Deus. Nesse sentido, é vital que cada cristão seja lembrado de que, em qualquer lugar que estivermos e em tudo o que fizermos, também seremos observados. Tal consciência deve nos levar à constante vigilância e à prática da oração, para que nos mantenhamos longe de “toda aparência do mal” (1 Tessalonicenses 5:22 ARC).
Jesus convidou o homem com a mão atrofiada a se colocar diante de todos. Depois, dirigindo-se aos Seus opositores, perguntou-lhes de forma direta:
“‘O que a lei permite fazer no sábado? O bem ou o mal? Salvar uma vida ou destruí-la?’. Eles ficaram em silêncio.” (Marcos 3:4 NVT)
O verdadeiro valor da Lei se manifestaria plenamente se aquele homem tivesse sua mão curada, ainda que fosse em um sábado, do que se a esperança dele fosse aniquilada apenas para sustentar uma tradição humana. Era muito menos ofensivo a Deus curar alguém no sábado do que planejar a morte de um inocente e alimentar sentimentos de ódio — exatamente o que estavam fazendo contra Jesus. Diante daquela pergunta, os fariseus “ficaram em silêncio”.
Marcos prossegue relatando que Jesus olhou ao redor, “irado e muito triste pelo coração endurecido deles”. Essa descrição merece nossa atenção, pois nos mostra que Jesus era, em tudo, semelhante a nós, exceto no pecado. Ele experimentou todos os sentimentos humanos legítimos. Isso nos permite compreender que existe uma forma de ira que é justa e não pecaminosa; por isso, o apóstolo Paulo nos alerta:
“E não pequem ao permitir que a ira controle vocês. Acalmem a ira antes que o sol se ponha, pois ela cria oportunidades para o diabo.” (Efésios 4:26-27 NVT)
Ao invés de ser controlado pela ira, Jesus ordenou que o homem estendesse sua mão, e o milagre aconteceu diante de todos: “O homem estendeu a mão, e ela foi restaurada”. Contudo, esse milagre foi o pretexto que os opositores de Jesus aguardavam. A partir daquele momento, os fariseus se aliaram aos herodianos, seus rivais políticos, a fim de arquitetar um plano para matar Jesus.
Dentre todas as emoções humanas, talvez nenhuma nos leve tão rapidamente ao erro quanto a ira. E, uma vez manifestada, ela pode nos conduzir a cometer grandes males. Porém, o exemplo de Jesus nos ensina que existe uma forma de indignação justa, que não precisa desembocar no pecado. Devemos pedir a Deus que, a nossa ira seja acompanhada de compaixão e pesar por aqueles que a provocam — assim como Jesus demonstrou: Ele se indignou, mas não agiu com agressividade nem perdeu o controle de Suas emoções.
Pense nisso!