Leitura Bíblica: Marcos 7:31-37
Versículo-chave: “Olhando para o céu, suspirou e disse: ‘Efatá!’, que significa ‘Abra-se!’.” (Marcos 7:34 NVT)
Tendo curado a filha da mulher siro-fenícia, Jesus deixou a região de Tiro e seguiu por Sidom até alcançar o mar da Galileia, passando pelo território de Decápolis, uma área predominantemente habitada por povos gentios. Os moradores daquele local haviam solicitado que Jesus se afastasse dali, logo após Ele ter libertado um homem dominado por uma legião de demônios (Marcos 5:17). Antes de partir, Jesus enviou o homem, agora liberto, como um missionário para aquela região (Marcos 5:18-20), e agora o próprio Jesus havia retornado àquela terra.
Os habitantes de Decápolis criam que Jesus tinha poder para curar os enfermos, por isso “lhe trouxeram um homem surdo e com dificuldade de fala, e lhe pediram que pusesse as mãos sobre ele e o curasse” (Marcos 7:32 NVT). Perceba que as pessoas que conduziram o surdo até Jesus se aproximaram apresentando sugestões sobre como o homem poderia ser restaurado: mediante a imposição de mãos.
Contudo, Jesus não se limita às expectativas humanas, pois Ele é soberano tanto em Suas ações quanto em Seus métodos. Nunca podemos prescrever a Deus o que Ele deve fazer, nem ditar a forma como deve agir! Jacó (Gênesis 42:36; 45:25-28), José e os seus irmãos (Gênesis 50:15-21), e Naamã (2 Reis 5:10-14) todos precisaram aprender essa importante lição.
Jesus, então, afastou o homem da multidão, colocou Seus dedos nos ouvidos dele, cuspiu e tocou a sua língua. Logo depois, “olhando para o céu, suspirou e disse: ‘Efatá!’, que significa ‘Abra-se!’” (Marcos 7:34 NVT). Jesus sempre demonstrava sincera compaixão pelas pessoas a quem ministrava. Ao olhar para o céu, Ele expressava Sua total dependência do Pai, atribuindo-Lhe a glória pelo milagre realizado. E, ao suspirar, revelava Sua misericórdia diante das misérias que assolam a humanidade caída.
A palavra “Efatá” não é nenhum tipo de fórmula mágica. Jesus a pronunciou como quem possui autoridade, e o poder se manifestou acompanhando Sua ordem: que os ouvidos e a língua se abrissem, que o homem pudesse ouvir e falar sem impedimentos, e que todo obstáculo fosse eliminado! E assim aconteceu:
“No mesmo instante, o homem passou a ouvir perfeitamente; sua língua ficou livre, e ele começou a falar com clareza.” (Marcos 7:35 NVT)
Esse milagre foi mais uma evidência de que Jesus era, de fato, o Messias, conforme o profeta Isaías já havia anunciado: que, por meio do Seu poder, os ouvidos dos surdos seriam abertos, e a língua dos mudos entoaria cânticos (Isaías 35:5-6). Foi também mais uma demonstração das profundas transformações promovidas pelo Evangelho no interior das pessoas: Ele abre os corações e os ouvidos para que acolhamos a Palavra de Deus, e abre os nossos lábios para orações e cânticos de louvor.
Esse mesmo princípio continua presente na Igreja de Cristo até hoje: o nosso Senhor não está restrito ao uso de um método exclusivo para derramar a Sua graça irresistível. Por vezes, Ele age através da proclamação pública da Palavra; em outras, mediante a leitura individual das Escrituras. Às vezes, Ele nos desperta por meio de enfermidades ou tribulações; noutras ocasiões, através de conselhos ou exortações. Todos esses meios são preciosos, e cada um é utilizado com o único propósito de revelar a Glória de Deus, a fim de que todos fiquemos admirados e possamos repetidamente declarar: “Tudo que Ele faz é maravilhoso!” (Marcos 7:37)