Leia 2 Coríntios 4:6
“Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.”
Antes de iniciarmos, vamos ao significado das palavras conversão e coerção. Você sabe qual a diferença crucial entre elas?
A conversão é um poderoso despertar do Deus que transforma aqueles que estão espiritualmente mortos, capacitando-os a se arrependerem de seus pecados e terem fé em Cristo. É uma obra maravilhosa realizada pelo Senhor. Por outro lado, a coerção é um caminho perigoso, trilhado por aqueles que perderam a esperança nas Escrituras e buscam maneiras alternativas de “mudar” a natureza humana. É um método comum que envolve pressão, intimidação e ameaças para induzir alguém a fazer algo contra sua vontade. A coerção é uma atitude humana.
A conversão é como um giro de 180 graus, é direcionar nossa vida completamente a Cristo para salvação. Ela ocorre quando “Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.” Ou seja, se chegamos a entender o Evangelho e crer nele é porque Deus resplandeceu luz em nosso coração, dando entendimento espiritual onde não havia nada e “levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” (leia 2 Coríntios 10:5).
A coerção é uma tentativa falha do homem em convencer o próximo a declarar algo que ele nem mesmo compreende. É quando somos persuadidos a repetir orações pré-formuladas, que no fundo não são acompanhadas de verdadeiro arrependimento e fé. É quando o homem convence o outro, dizendo que a salvação não requer transformação, quando, na realidade, a mudança que precisamos é tão radical que somente Deus pode realizá-la.
É muito comum ouvirmos comparações inadequadas ao descrever a conversão como a cura de uma doença ou um simples despertar do sono. No entanto, essa visão está equivocada! Não estávamos apenas doentes, dormindo ou debilitados, estávamos espiritualmente mortos, e foi Deus quem nos vivificou (leia Efésios 2:5). Na conversão, somos agraciados com um novo nascimento, um ato divino de regeneração que nos capacita a arrependermos e crermos no Evangelho. Tanto o arrependimento quanto a fé são presentes concedidos por Deus (leia Atos 11:18; Filipenses 1:29). E, em resposta à Sua obra soberana, nós:
- Arrependemo-nos – da nossa condição pecaminosa (leia Atos 3:19); abandonamos o pecado e decidimos obedecer a Cristo (leia Lucas 9:23; Romanos 2:4).
- Cremos – que Deus é o Criador de todo o universo e o Senhor supremo sobre todas as coisas (leia Gênesis 1:1; 1 Timóteo 6:15,16); que somos pecadores e merecedores da justa ira de Deus (leia Romanos 1:18; 3:23); que Cristo foi entregue por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação (leia Romanos 4:25); e que Deus nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o reino do Seu amado Filho (leia Colossenses 1:13).
O Evangelho de Cristo é chamado de “evangelho da paz” (leia Romanos 10:15; Efésios 6:15), pois traz paz com Deus, paz consigo, e paz entre o indivíduo e seu semelhante. Portanto, a solução para o pecado e a apostasia não está na coerção (uma obra humana), mas sim na conversão (uma obra exclusiva de Deus)!