Leitura Bíblica: Tiago 2:6-13
Versículo-chave: “Sem dúvida vocês fazem bem quando obedecem à lei do Reino conforme dizem as Escrituras: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.” (Tiago 2:8 NVT)
Tiago condena de maneira enfática a prática do favoritismo, evidenciando que ela não combina com a fé em Cristo. Ele compara dois caminhos: um que obedece à lei da liberdade, e outro que resulta em pecado e juízo. Quando agimos com parcialidade, falhamos em exercer o amor. Cumprir apenas partes da lei e falhar em outras áreas nos torna igualmente culpados de todas as transgressões.
Após expor um exemplo em que alguns irmãos davam privilégios aos ricos enquanto desonravam os pobres, Tiago questiona por que eles valorizavam tanto os abastados, visto que a comunidade cristã já havia, no passado, enfrentado experiências de exploração por parte dos ricos:
“Mas vocês desprezam os pobres! Não são os ricos que oprimem vocês e os arrastam aos tribunais? Não são eles que difamam aquele cujo nome honroso vocês carregam?” (Tiago 2:6-7 NVT)
A posse de riquezas, portanto, não representa sinal de espiritualidade. O poder, se não for exercido com humildade, corrompe, produz soberba e cria um sentimento ilusório de superioridade. Para Tiago, a acepção de pessoas não é uma falha insignificante, mas uma séria infração contra a lei de Deus, como ensinam as Escrituras:
“Sem dúvida vocês fazem bem quando obedecem à lei do Reino conforme dizem as Escrituras: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.” (Tiago 2:8 NVT; Levítico 19:18)
Aquele que ignora esse mandamento peca e se torna culpado diante da lei. A parcialidade não é um deslize pequeno, mas pecado comparável a homicídio ou adultério (Tiago 2:10-11). Muitas vezes avaliamos uns aos outros pela aparência externa: vestimentas, acessórios, penteado ou até detalhes insignificantes. Criamos normas que Deus jamais estabeleceu e passamos a julgar as pessoas segundo esses critérios. Fazemos também distinções baseadas em status econômico — buscamos a companhia dos ricos e desprezamos os necessitados ou aqueles com limitações físicas e cognitivas.
Contudo, diante de Deus, todos são julgados pelo mesmo padrão, sejam ricos ou pobres, líderes ou subordinados. Diferente do critério humano, o juízo de Deus não se fundamenta em preferências. E, nesse sentido, Tiago alerta:
“Portanto, em tudo que disserem e fizerem, lembrem-se de que serão julgados pela lei que os liberta. Não haverá misericórdia para quem não tiver demonstrado misericórdia. Mas, se forem misericordiosos, haverá misericórdia quando forem julgados.” (Tiago 2:12-13 NVT)
As aparências podem nos enganar, mas Deus vê o coração (1 Samuel 16:7). Assim, somos convocados a olhar uns para os outros com a perspectiva divina, honrando o nome do Senhor e demonstrando amor verdadeiro. Fortuna, prestígio ou diplomas não tornam alguém mais valioso diante de Deus. Um título acadêmico pode ser útil para a carreira, mas não é critério para fé nem para caráter.
A exortação de Tiago é clara e direta: Deus rejeita qualquer forma de favoritismo. O discípulo de Cristo precisa viver em conformidade com a lei do amor, lembrando que todos pertencemos ao mesmo corpo de Cristo e somos herdeiros da mesma graça. Que essa convicção produza frutos em nossas relações e nos conduza a olhar para os irmãos com compaixão, amor e santidade.
“Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros. Quem ama seu próximo cumpre os requisitos da lei de Deus.” (Romanos 13:8 NVT)