“Vigiem e orem para que não cedam à tentação, pois o espírito está disposto, mas a carne é fraca.” (Marcos 14:38 NVT)
O versículo de hoje é a advertência de Jesus aos discípulos que Ele levou consigo ao Getsêmani: Pedro, Tiago e João (confira Marcos 14:32-33 No momento em que deveriam estar em vigilância e oração, eles sucumbiram ao sono. Mesmo tendo sido alertados pouco antes sobre o perigo iminente e sobre como sua fé vacilaria (confira Marcos 14:27-28), ainda assim dormiram.
Muitas pessoas interpretam erroneamente essa declaração de Jesus; alguns chegam até a usar a expressão “a carne é fraca”para justificar uma vida de pecados recorrentes. Entretanto, primeiramente, é essencial analisar o versículo no contexto em que foi dito. Qual era esse contexto? A noite em que Jesus foi traído e preso. Naquela ocasião, Ele estava enfrentando um momento de grande angústia (confira Marcos 14:34), pois estava prestes a beber o cálice da ira divina que seria derramado sobre Ele. É dentro desse cenário que Jesus nos lembra de que, em nós, existe um “espírito disposto” e uma “carne fraca”.
Nesse sentido, o “espírito” se refere ao aspecto invisível do ser humano que adora a Deus (confira João 4:23); enquanto a “carne” representa nossa natureza humana, com suas fragilidades e necessidades, que devem ser submetidas à vontade divina (confira Gálatas 5:17). Assim, ao afirmar que “o espírito está disposto, mas a carne é fraca”, Jesus estava destacando que a carne, com suas limitações, não acompanha a prontidão do espírito. Isso ficou evidente no comportamento dos três discípulos após Jesus os deixar de vigília pela segunda e terceira vez:
“Quando voltou pela segunda vez, mais uma vez encontrou os discípulos dormindo, pois não conseguiam manter os olhos abertos. Eles não sabiam o que dizer. Ao voltar pela terceira vez, Jesus disse: ‘Vocês ainda dormem e descansam? Basta; chegou a hora. O Filho do Homem está para ser entregue nas mãos de pecadores’.” (Marcos 14:40-41 NVT)
Embora os discípulos estivessem dispostos a atender ao pedido de Jesus e permanecerem vigilantes em oração, a fraqueza da carne os conduziu ao sono. Esses acontecimentos foram registrados para nossa instrução; por isso, que o alerta solene de Jesus aos Seus discípulos ecoe constantemente em nossas mentes:
“Vigiem e orem para que não cedam à tentação, pois o espírito está disposto, mas a carne é fraca!”
Cabe a nós orar de maneira contínua, com regularidade e constância. Vigiar sem orar demonstra autossuficiência e arrogância. Orar sem vigiar revela apenas uma postura pragmática. Se não disciplinarmos a carne diariamente, ela acabará nos dominando e, então, seremos envergonhados.
“Portanto, se vocês pensam que estão de pé, cuidem para que não caiam.”
(1 Coríntios 10:12 NVT)