“Quando Jesus saía para Jerusalém, um homem veio correndo em sua direção, ajoelhou-se diante dele e perguntou: ‘Bom mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?’.” (Marcos 10:17 NVT)
A avareza é, e sempre foi, a forma mais comum de idolatria. Pessoas se unem, se separam, cometem crimes e até mesmo perdem a vida em nome dela. No Sermão do Monte, Jesus disse que não podemos servir a Deus e às riquezas ao mesmo tempo (confira Mateus 6:24). A história do homem citado no versículo de hoje ilustra essa verdade de forma clara.
À primeira vista, aquele homem demonstrava grande anseio espiritual e respeito por Jesus. Ele veio correndo, “ajoelhou-se diante dele e perguntou: ‘Bom mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?’.” No entanto, durante todo o tempo, o homem revelou uma profunda ignorância sobre a corrupção de seu próprio coração. Ao ouvir Jesus recitar os mandamentos que regem nossas relações com o próximo (confira Marcos 10:18-19), ele prontamente respondeu:
“Mestre, tenho obedecido a todos esses mandamentos desde a juventude.” (Marcos 10:20 NVT)
A cegueira espiritual do homem é evidente em suas palavras. Muitas pessoas que se consideram cristãs compartilham dessa mesma cegueira, não reconhecendo sua própria pecaminosidade aos olhos de Deus. Elas se vangloriam, acreditando que, por não terem cometido crimes graves, estão livres de culpa. Assim, encobrem-se em uma “capa” de autojustiça. Devemos estar atentos a essa atitude, pois enquanto nos consideramos capazes de cumprir os mandamentos de Deus, não somos melhores que os fariseus. Que o Espírito Santo nos convença do “pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8 NVT)!
O homem possuía riquezas suficientes para ser feliz, mas seu coração permanecia vazio. Seus bens e reputação não conseguiam preencher o vazio de sua alma. Nada saciava seus desejos: ser rico, honesto ou belo não era o bastante. Pois nossa alma anseia por Deus. As virtudes daquele homem eram apenas aparentes. Ele superestimava suas qualidades, mas Jesus desmascarou sua autoimagem, revelando a superficialidade de suas crenças sobre a salvação, o pecado, a lei e o próprio Deus:
“Com amor, Jesus olhou para o homem e disse: ‘Ainda há uma coisa que você não fez. Vá, venda todos os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. Então você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me’.” (Marcos 10:21 NVT)
Jesus contemplou com piedade a ignorância do homem. Ele percebia a angústia e o desejo de alívio em sua consciência. No entanto, apesar de todo o fervor inicial, o homem demonstra claramente seu amor ao dinheiro:
“Ao ouvir isso, o homem ficou desapontado e foi embora triste, pois tinha muitos bens.” (Marcos 10:22 NVT)
O homem foi desafiado a renunciar ao objeto de sua afeição, mas escolheu a riqueza terrena em detrimento da riqueza eterna. Ele buscou a pessoa certa, abordou o assunto certo, recebeu a resposta certa e, ainda assim, tomou a decisão errada. Confiar no dinheiro é uma armadilha tanto para ricos quanto para pobres. Portanto, devemos estar vigilantes contra esse ídolo!
“Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal. E alguns, por tanto desejarem dinheiro, desviaram-se da fé e afligiram a si mesmos com muitos sofrimentos.” (1 Timóteo 6:10 NVT)