“Ela fez o que podia e ungiu meu corpo de antemão para o sepultamento.” (Marcos 14:8 NVT)
Como mencionamos anteriormente, a narrativa sobre o plano dos principais sacerdotes e escribas contra Jesus é interrompida pela narrativa de uma ação inesperada de uma mulher, cujo nome é mencionado apenas no Evangelho segundo João:
“Seis dias antes de começar a Páscoa, Jesus chegou a Betânia, onde morava Lázaro, o homem que Ele havia ressuscitado dos mortos. Prepararam um jantar em homenagem a Jesus; Marta servia, e Lázaro estava à mesa com Ele. Então Maria pegou um frasco de perfume caro feito de essência de óleo aromático, ungiu com ele os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa se encheu com a fragrância do perfume.” (João 12:1-3 NVT)
O gesto daquela mulher foi intencional: ela adentra na sala reservada exclusivamente para os homens e quebra o frasco de um perfume valiosíssimo, ungindo Jesus (confira Marcos 14:3). Ao abrir mão de um bem tão valioso – que equivalia ao salário de um ano inteiro de trabalho – ela demonstra que Aquele que estava diante de si é merecedor de tamanha demonstração de devoção.
Assim como o evangelista descreve o ato da mulher, ele também narra a crítica daqueles que estavam à mesa, incluindo os discípulos. Eles não apenas criticaram a mulher, mas, de maneira indireta, também criticaram Jesus por aceitar ser ungido com um perfume de tal valor; afinal, a tradição judaica exigia que as boas ações fossem direcionadas aos pobres.
Entretanto, aquela mulher, ao contrário dos presentes, dos principais sacerdotes e dos mestres da lei, relativizou todos os bens deste mundo em comparação à grande salvação eterna. Ela compreendeu que o Evangelho se concretiza no sofrimento vicário de Cristo; e, sobre isso, o próprio Jesus declarou: “Vocês sempre terão os pobres em seu meio e poderão ajudá-los sempre que desejarem, mas nem sempre terão a mim” (Marcos 14:7 NVT).
O ato daquela mulher foi tão significativo que Jesus afirma que onde quer que o Evangelho seja proclamado, “o que esta mulher fez será contado, e dela se lembrarão” (confira Marcos 14:9). O que ela fez de tão especial para que sua ação fosse incluída na evangelização? Jesus nos responde:
“Ela fez o que podia e ungiu meu corpo de antemão para o sepultamento.”
Aquela mulher antecipou-se, como se soubesse que a ressurreição de Jesus impediria que ela ungisse Seu corpo em outro momento. A fragrância daquele perfume chega até a nossa geração. Jesus disse que ela seria homenageada em todo o mundo, e assim tem sido através dos registros do Evangelho. Portanto, a exemplo desta mulher, aprendamos a aproveitar toda e qualquer oportunidade de demonstrar nossa devoção ao nosso Senhor e Salvador Jesus, o Cristo.