Leia Gálatas 2:20a
“Estou crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.”
A cruz é o princípio que deve orientar a vida do cristão, simbolizando entrega total e dedicação a Deus, resultando em uma vida crucificada. A cruz representa o sofrimento e o sacrifício vicário, como exemplificado por Cristo, que entregou sua vida em favor de outros. Os discípulos são chamados a seguir esse exemplo:
“Conhecemos o amor nisto: que Ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)
A imitação de Jesus implica em sermos chamados à comunhão dos seus sofrimentos e sermos seus cooperadores, renunciando a autogratificação. Isso requer uma mudança de mentalidade, onde não buscamos mais agradar a nós mesmos, mas a Deus. Somente assim, seremos capazes de declarar:
“Estou crucificado com Cristo.”
Para compreender e praticar esse princípio de maneira saudável é crucial retornar ao contexto da crucificação na época do Império Romano. Naquele período, ser condenado à cruz significava perder o direito de existir e enfrentar a humilhação pública como pior inimigo do império. Aquele que carregava a cruz entendia que era o fim, sem chance de retorno à vida anterior, considerando-a como já crucificada.
Quando Paulo declarou “estou crucificado com Cristo” referia-se à justificação pela fé, onde um Deus justo e santo pode declarar justos os homens injustos. Assim, “estar crucificado com Cristo” indica que o pecado não tem mais domínio sobre a nossa vida, pois a natureza pecaminosa foi crucificada e morta com Cristo:
“Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado.” (Romanos 6:6,7).
“Estar crucificado com Cristo” envolve rejeitar os valores mundanos, submetendo tudo à Palavra de Deus. O esforço antes direcionado ao pecado agora se volta para a prática da justiça (leia Romanos 6:18), permeando todas as áreas da vida humana, incluindo relações com irmãos em Cristo, familiares e pessoais.
Portanto, “estar crucificado com Cristo” significa exalar o bom perfume de Cristo, manifestando “por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus em nosso corpo” (leia 2 Coríntios 4:10). Ao assumir seriamente a vida crucificada, compreendemos que perdemos o direito ao “eu” e proclamamos corajosamente:
“Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!”