Leitura Bíblica: Atos 6:1-7
Versículo-chave: “Então nós nos dedicaremos à oração e ao ensino da palavra.” (Atos 6:4 NVT)
Apesar dos enormes desafios enfrentados, é encorajador perceber que “o número de discípulos crescia”. Quanto mais a Igreja sofria perseguições, mais a Palavra de Deus era anunciada, atraindo pessoas pelo poder do Espírito Santo, que se uniam à comunidade cristã. No entanto, é lamentável observar que o aumento no número de pessoas trouxe consigo algumas dificuldades internas. Não se tratou de um conflito aberto, mas sim de “murmurações de descontentamento” entre os judeus de fala grega e os judeus de fala hebraica (Atos 6:1).
Essa situação, que poderia ter gerado sérios problemas, foi resolvida com prudência e no momento certo. Os doze apóstolos não se deixaram distrair pelas novas demandas e convocaram uma reunião para escolher “homens respeitados, cheios do Espírito Santo e de sabedoria” para assumir a responsabilidade pela assistência aos necessitados (diaconia).
“Então nós nos dedicaremos à oração e ao ensino da palavra.” (Atos 6:4 NVT)
Os apóstolos foram sábios ao priorizar a oração e o ensino da palavra, evitando que essas tarefas fundamentais fossem colocadas em segundo plano por questões administrativas. É essencial que os pastores não tentem assumir todas as funções da igreja, e que os membros entendam que o trabalho deve ser compartilhado.
Mas, infelizmente, muitos líderes permitem que a pressão do ministério os afastem de sua verdadeira vocação. No cenário atual, saturado de dispositivos tecnológicos – como computadores, celulares e agendas eletrônicas – pastores e líderes têm enfrentado dificuldades para separar tempo para estudar e meditar na Palavra, e se dedicar à oração.
Essa falta de foco muitas vezes resulta em líderes absorvidos pelas questões práticas e pelos conflitos internos da congregação, desviando-se de sua tarefa primordial no corpo de Cristo. Não apenas pastores e líderes, mas também muitos membros da igreja acabam se envolvendo com as preocupações cotidianas, esquecendo-se de que são servos de Cristo.
Lucas relata que a proposta agradou a todos e sete homens foram escolhidos. Então “foram apresentados aos apóstolos, que oraram por eles e lhes impuseram as mãos” (Atos 6:5 NVT). É importante destacar que essa imposição de mãos não era para que eles recebessem o Espírito Santo, pois esses homens já estavam cheios. Esse ato simbolizava uma tradição que remontava aos dias de Moisés (Números 27:15-23) e servia para confirmar publicamente as pessoas e os ministérios que elas deveriam desempenhar. Como resultado da decisão tomada pelos discípulos, “a mensagem de Deus continuou a se espalhar e o número discípulos se multiplicava em Jerusalém, e muitos sacerdotes também se converteram” (Atos 6:7 NVT).