Leia Filipenses 3:7
“Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.”
Paulo adverte os filipenses de maneira firme sobre a necessidade de precaução em relação aos maus obreiros. Estes se recusam a reconhecer sua própria insuficiência espiritual, preferindo confiar em suas próprias conquistas humanas ao invés de depender da misericórdia soberana de Deus para a salvação.
O apóstolo continua destacando que, se alguém pudesse confiar em realizações terrenas, ele seria o primeiro da lista. Isso se deve ao fato de que, dentro dos parâmetros do Judaísmo, Paulo tinha a ascendência adequada e as credenciais cerimoniais apropriadas. Ao abordar sobre o erro da “justificação pelas obras”, ele se descreve como “irrepreensível”:
“Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.” (Filipenses 3:4-6)
No entanto, Paulo percebeu que simples credenciais humanas não tinham o poder de salvar, pois a salvação é alcançada apenas pela graça, mediante a fé, e não por obras da lei:
“E se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra.” (Romanos11:6)
Assim, reconhecendo sua total dependência da graça soberana de Deus, Paulo renunciou a todas as suas conquistas humanas:
“Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.”
Ele descartou todo mérito humano e todas as coisas que antes valorizava como suas principais realizações. Dessa forma, abriu mão de tudo o que poderia considerar como créditos diante de Deus, entregando-se completamente à dependência da misericórdia de Jesus Cristo:
“E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo.” (Filipenses 3:8)
Paulo passou a enxergar sua linhagem, títulos e obras de justiça exatamente como Deus os via: como algo desprezível. Somente o Senhor pode realizar tal transformação em nós! Por nós mesmos, nunca seríamos capazes de concordar com Isaías que “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Isaías 64:6).
Paulo sempre procurou deixar claro que a justificação proveniente do homem não justifica absolutamente nada! Somente através da justificação que vem de Deus pela fé podemos almejar uma ressurreição semelhante à de Cristo. Portanto, que nosso desejo seja o mesmo do apóstolo:
“Que sejamos achados nEle, não tendo a nossa justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé!” (Filipenses 3:9)