Leia Mateus 6:8
“Vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lhe pedirdes.”
Jesus continua a instruir seus discípulos sobre a importância da sinceridade em nossas atitudes e disciplinas espirituais e, agora, começa a ensinar sobre a oração. Embora a oração sempre tenha ocupado um lugar de destaque na vida judaica, Jesus ressalta que o lugar e a posição usada não são o ponto mais importante. Ao invés disso, Ele enfatiza sobre os motivos da prática da oração:
“E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” (Mateus 6:5)
Aqueles que oram com intenções egoístas já receberam sua recompensa, assim como aqueles que fazem boas obras com motivos equivocados. Jesus orienta seus discípulos a não buscarem glória para si, antes, deveriam:
“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mateus 6:6)
É importante notar que Jesus não proíbe a oração pública, mas destaca a diferença entre orar publicamente e buscar a aprovação dos outros, em contraposição à oração privada e sincera. Quem muito ora em público, e pouco ora no privado, deve examinar seu próprio coração, pois pode ser que esteja mais interessado no louvor dos homens do que em agradar a Deus.
A oração deve ocupar um lugar central na vida de um cristão e sabendo disso, Jesus continua a dar orientações valiosas sobre essa disciplina tão importante:
“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lhe pedirdes.” (Mateus 6:7-8)
Jesus também não está condenando a oração longa ou toda repetição, pois Ele mesmo fez orações longas (leia Lucas 6:12), repetiu-se em oração (leia Mateus 26:44) e ensinou por meio de uma parábola que seus discípulos “devem orar sempre e não desanimar” (leia Lucas 18:1). Sua advertência é para evitar orações repetitivas e vazias, baseadas na falsa crença de que quanto mais palavras, mais as orações são eficazes.
Porque “nosso Pai sabe o que nos é necessário, antes de lhe pedirdes”. Nesse sentido, muitos questionam o propósito da oração e perguntam: “Se o Pai sempre sabe… por que orar?”. A oração não é uma tentativa de persuadir Deus a mudar Sua vontade; na verdade, é o meio pelo qual Deus molda nossa vontade para alinhá-la com a dEle. Mais do que alterar circunstâncias, a oração transforma aqueles que oram.
Reflita, por um momento, na instrução do Senhor para orar pelos nossos inimigos. Já pensou sobre o porquê? Isso ocorre porque, por meio da oração, Deus trabalha em seu coração, levando-o a amar seus inimigos. A oração não muda o inimigo; ela muda você. A oração não visa mudar a Deus, que já “é benigno até para com os ingratos e maus” (leia Lucas 6:35); a oração muda você! Além disso, a oração não é um meio de exigir respostas de Deus, mas uma maneira de nos amoldarmos à Sua vontade que é boa, perfeita e agradável, a fim de que possamos obedecer-Lhe com alegria.
Portanto, ore não para que Deus ouça você, mas para que você ouça e obedeça a Deus!