Leia Romanos 6:12,13
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.”
Há um equívoco comum entre os cristãos ao considerarem a santificação como sendo idêntica à justificação, entendendo-a como um ato imediato de Deus, pelo qual nos tornamos perfeitamente santos em pensamento e comportamento, resultando na ideia de que os cristãos verdadeiros nunca mais pecam. Daí a necessidade de refletir sobre a distinção entre esses termos.
A justificação consiste em receber a retidão de Cristo, que é imputada a nós como o único meio de satisfazer a perfeita justiça de Deus. Somente pela fé, podemos compreender a substituição de Cristo em nosso lugar, no qual Ele tomou sobre Si os nossos pecados e nos concedeu Sua justiça eterna (leia Romanos 4:25; 5:16-18). Fomos justificados!
A santificação é descrita na Bíblia como um processo de crescimento no qual o cristão, de forma progressiva, passa a pensar e se comportar de maneira agradável a Deus, conformando à semelhança de Cristo. Nesse sentido, podemos entender a santificação em dois sentidos: santificação definitiva e santificação progressiva.
A santificação definitiva diz respeito à libertação instantânea do domínio do pecado no recém-convertido, que é atraído pela graça de Deus. Nesse momento, ele é automaticamente transportado, por Deus, “das trevas à luz” (leia Colossenses 1:13). Ou seja, fomos santificados por Deus!
A santificação progressiva refere-se ao crescimento gradual do cristão em conhecimento e santidade, uma vez que, tendo sido regenerado por Deus (leia João 3:6,7; 5:21), ele agora pode progredir em santidade tanto em seus pensamentos quanto em suas ações. Por isso, a exortação do apóstolo Paulo:
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.”
Várias passagens bíblicas reforçam a ideia de que alguém que é nascido de Deus não continuará no pecado, mas não significa que ele nunca mais pecará (leia 1 João 1:8; 2:1; 3:9). Ou seja, uma pessoa regenerada apresentará uma transformação, mas isso não implica em perfeição absoluta. Porém, seu objetivo deve ser um claro afastamento do pensamento e estilo de vida ímpios para um viver santo e separado, exclusivamente para Deus. A santificação, portanto, representa uma luta constante contra o pecado (leia Hebreus 12:4), mas uma luta que pode ser vencida por aqueles que foram justificados e santificados por Deus.
Em Cristo, é possível resistir ao pecado, pois não é mais nosso senhor, e não precisamos mais obedecer-lhe; fomos libertos! No entanto, o crescimento é essencial, e progrediremos em santificação quando nos reconhecermos verdadeiramente como “mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus” (leia Romanos 6:11). Vivendo dessa forma, buscaremos “crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo”, sempre lembrando que somente “a Ele será dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém!” (2 Pedro 3:18).