Leia 2 Coríntios 5:18
“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.”
O homem não regenerado encontra-se em hostilidade com Deus, “confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra” (Tito 1:16). O pecado permeia em todos os aspectos do seu ser – físico, mental, emocional, espiritual (leia Romanos 7:23).
Por sua própria natureza, o homem não reconhece sua necessidade de Cristo. Entretanto, isso não implica ausência de consciência ou incapacidade de exercer a mente, a vontade e de determinar ações por meio do raciocínio. A queda de Adão e Eva ilustra claramente a preservação da consciência, pois ao “conhecerem que estavam nus”, buscaram cobrir-se “cosendo folhas de figueira” e se esconderam da presença de Deus “entre as árvores do jardim” (leia Gênesis 3:7,8).
Apesar da presença do pecado e sua propensão destrutiva, a consciência não apenas existe, mas também atua ativamente. Um exemplo claro disso é encontrado na narrativa dos fariseus que tentaram montar uma armadilha contra Jesus ao apresentarem uma mulher adúltera. Porém, a resposta de Jesus os confrontou:
“Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: ‘Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra’. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava.” (João 8:7-9)
No entanto, mesmo com uma consciência ativa, a condição pecaminosa do indivíduo influencia todas as facetas de sua consciência, lógica e vontade, impedindo-o de buscar a Deus. A consciência existe, mas é moldada pela natureza pecaminosa do homem. Assim, “não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus.” (Romanos 3:11)
Diante dessa realidade, os reconciliados reconhecem que sua salvação é um ato de pura graça, recebido mediante a fé, que é um dom de Deus (leia Efésios 2:8,9).
“Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.”
A reconciliação é um privilégio inquestionável, indicando a restauração de uma amizade rompida pelo pecado. O pecado quebrou a comunhão entre Deus e o homem, gerando inimizade. A única possibilidade de reconciliação reside na vontade soberana do próprio Deus.
E, verdadeiramente, todos os aspectos da salvação emanam de Deus, que, por meio do Seu Filho, reconciliou-nos consigo mesmo, sem comprometer sua justiça e santidade. Portanto, os reconciliados reconhecem que toda a glória pertence a Deus, que inicia, mantém e consuma nossa salvação; visto que:
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21)
Soli Deo Gloria!