Leia Mateus 6:17,18
“Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
Quando se trata do tema do “jejum”, podemos identificar três grupos distintos de pessoas. O primeiro grupo consiste naqueles que nunca praticaram o jejum e que não demonstram interesse em jejuar, a menos que seja necessário para procedimentos médicos. O segundo grupo é composto por pessoas que ocasionalmente jejuam, porém, não compreendem completamente como nem por que jejuar. Por fim, temos um terceiro grupo de indivíduos que têm tanto a prática como compreensão bíblica do jejum, entendem sua importância, propósito e a maneira corretade praticar essa disciplina espiritual.
Reflita: você faz parte de qual grupo?
Quando Jesus menciona “quando jejuardes”, Ele está fazendo referência ao jejum prescrito pela lei mosaica, como o Dia da Expiação (leia Levítico 16:29; 23:32), bem como o jejum voluntário. Os fariseus, na tentativa de demonstrar sua piedade aos outros, acrescentaram dois dias de jejum à sua prática, mas o verdadeiro propósito do jejum sempre deve ser a contrição e a comunhão com Deus. Infelizmente, os fariseus buscavam exibir-se perante os homens, comparecendo nas sinagogas com semblantes tristes e roupas desgastadas. Por causa disso, Jesus admoesta:
“E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” (Mateus 6:16)
A preocupação aqui não reside na autenticidade da contrição, mas sim no fato de que esses hipócritas estavam deliberadamente buscando atenção para si mesmos, almejando os aplausos dos outros. No entanto, tudo o que conseguiram foi o reconhecimento humano, pois “já receberam o seu galardão”.
É importante salientar que Jesus não está proibindo o jejum; pelo contrário, Ele presume que Seus discípulos darão esmolas, orarão e jejuarão (leia Mateus 6:3, 6, 16). O cerne da repreensão de Jesus é a ostentação no jejum. Além disso, Ele desaprova qualquer sinal exterior de jejum, porque reconhece que os corações humanos frequentemente confundem motivos egoístas com o desejo de buscar a Deus. Por isso, Jesus adverte claramente:
“Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”
A instrução para “lavar o rosto e ungir a cabeça” reflete uma abordagem de normalidade ao jejum na vida de um cristão. Perceba que Jesus não diz “se jejuares”, mas sim “quando jejuares”, presumindo que o jejum deve ser uma prática regular na vida do discípulo. As pessoas jejuaram no Antigo Testamento (leia 2Crônicas 20:3; Esdras 8:21; Neemias 9:1), Jesus jejuou (leia Mateus 4:3) e os cristãos primitivos também jejuaram (leia Atos 13:2). Portanto, por que não jejuaríamos?
E, quando jejuarmos, que nossa motivação exclusiva seja a submissão a Deus e a obediência a Ele, e que sejamos libertos do desejo de buscar reconhecimento e aplausos dos homens.
Soli Deo Gloria!