Leia 2 Coríntios 3:4,5
“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus.”
Como afirmamos anteriormente, a garantia divina de que os verdadeiros cristãos permanecerão no processo de santificação é conhecida como Perseverança dos Santos. Além disso, implicitamente, introduzimos o conceito de que a certeza de que os verdadeiros cristãos serão glorificados no céu é chamada Preservação dos Santos. Dessa forma, através do poder de Deus, todo cristão é preservado para perseverar em sua fé.
Essas doutrinas – Preservação e Perseverança – estão intrinsecamente ligadas, pois é impossível que um cristão persevere sem a preservação de Deus. Por um lado, temos o poder de Deus para cumprir suas promessas para com Seu povo; por outro lado, há a responsabilidade do povo de Deus em relação ao seu Senhor e à sua salvação. Portanto, devemos evitar o perigo destrutivo de crer em apenas uma parte dessas duas doutrinas.
Se crermos que um cristão pode perseverar sem depender do poder de Deus para preservá-lo, acabaremos acreditando na ideia de que a perseverança pode ser alcançada através do esforço próprio, levando-nos à preocupação em manter nossa própria salvação. No entanto, quando percebermos que não é possível, ficaremos ansiosos por considerar-nos salvos num dia, e perdidos no outro. E quão perturbador isso seria!
Por outro lado, se acreditarmos no poder de Deus para preservar o cristão sem a responsabilidade deste em perseverar, estaremos sendo seduzidos a uma vida cristã despreocupada com o testemunho e as responsabilidades de andar em novidade de vida e em santificação. Esse desequilíbrio levaria a pensamentos e práticas que não condizem com uma pessoa regenerada, tais como: “Não importa o que eu faço, posso pecar à vontade porque sou um eleito de Deus e, no final das contas, serei salvo de qualquer maneira!”.
Para evitar esse tipo de heresia, é essencial nos apegarmos às Escrituras que claramente afirmam:
“E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus.”
Esses versículos deixam claro que nossa fraqueza e inabilidade são tão grandes que não nos resta opção senão depositar total confiança em Deus, pois toda nossa capacidade vem dEle, inclusive, de perseverar. A Ele são devidos todo louvor e glória pelo bem que fazemos; e a nós, toda responsabilidade pelos pecados que ainda cometemos quando deixamos de olhar para Cristo. E quando deixamos de olhá-Lo? Todas as vezes que permitimos que os problemas, lutas, adversidades e situações diárias obscureçam a fé em nossos corações. Mas, se as promessas de Deus são imutáveis; então, por que duvidaríamos de Sua promessa concernente à nossa salvação?
Quando as dúvidas surgirem, precisamos trazer à memória o que nos dá esperança: por exemplo, quando Deus prometeu salvar a Noé e sua família durante o Dilúvio, ninguém foi perdido (leia Gênesis 7:23); quando Ele prometeu vitória a Gideão e seus trezentos, aconteceu como foi prometido (leia Juízes 8:4,28). Quando Deus prometeu ajuntar o Israel disperso, aconteceu (leia Salmos 147:2; Isaías 56:8; João 10:16); e poderíamos citar outros grandiosos feitos baseados nas promessas de Deus.
No entanto, a maior promessa, sem dúvida alguma, foi quando Deus prometeu que Seu Filho nasceria de uma virgem (leia Isaías 7:14; Mateus 1:23); e, além disso, prometeu um Substituto para os pecadores arrependidos, e a promessa foi cumprida ao enviar Seu Filho que, tornou-se o Substituto e deu Sua vida em favor do Seu povo eleito (leia Romanos 5:8). Examine toda a Bíblia, e você verá que Deus não voltou atrás em nenhuma de Suas promessas! Ele é o Deus verdadeiro, imutável e totalmente confiável que, com fidelidade e amor, nos conduzirá à glória eterna.
Portanto, sejamos reconhecidos por nossa perseverança na fé, sem esquecer que ela é possível somente pela Obra de Deus, preservando-nos; pois somos preservados por Ele, para perseverarmos até o fim!