Leia Lucas 14:28-30
“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: ‘Este homem começou a edificar e não pôde acabar’.”
Ao contrário das pessoas que “seguem” Jesus por motivos errados, há aquelas que são verdadeiramente motivadas a segui-Lo, mas ainda não têm uma base sólida de fé. Algumas delas cresceram em lares cristãos, receberam uma educação permeada por princípios bíblicos, mas não experimentaram genuinamente o novo nascimento e a conversão.
Movidas, talvez, pela pressão social ou desejo de se ajustarem ao padrão dos outros, elas acabam fazendo uma profissão de fé, tornando-se membros de uma igreja local, mas sem terem vivenciado a transformação através da graça de Deus. É importante, portanto, encorajá-las a refletir sobre os desafios do discipulado cristão, visto que, a falta de tal reflexão pode levar a uma superficialidade espiritual.
Muitos seguidores de Jesus enfrentaram dificuldades ao não ponderarem sobre tais desafios, resultando em desistência e afastamento, como mencionado em João 6:66 (leia). De maneira semelhante, grande quantidade de pessoas tem vivenciado uma experiência religiosa baseada no emocionalismo ao serem “discipuladas” por pregadores – na verdade, “youtubers da fé”. Entretanto, essa emoção passageira não sustenta o seu crescimento espiritual e, eventualmente, levam-nas a naufragarem espiritualmente.
A falta de ponderação acerca dos desafios do verdadeiro cristianismo também afeta os filhos de pais cristãos. Muitas vezes, esses jovens testemunham de forma negativa o que é ser um cristão, tornando-se motivo de escândalo para o Evangelho. Desde a infância, eles foram familiarizados com os conceitos teóricos do Evangelho, memorizando alguns versículos bíblicos e frequentando, esporadicamente, a Escola Bíblica. No entanto, raramente foram doutrinados a dedicar um tempo para refletir seriamente sobre o significado desses ensinamentos em suas vidas.
No caso dos filhos de pais cristãos, é essencial que sejam encorajados a desenvolver uma fé pessoal que se baseia na verdade da Palavra de Deus. E, seria muito benéfico se, tanto em casa quanto na Igreja, todos fossem ensinados a considerar cuidadosamente o custo e os desafios envolvidos em ser um verdadeiro discípulo de Cristo. No entanto, essa reflexão só pode acontecer quando o seguidor está plenamente consciente das exigências do discipulado. Veja o que Jesus disse:
“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: ‘Este homem começou a edificar e não pôde acabar’.”
O ensinamento de Jesus ressalta que a decisão de segui-Lo deve ser fundamentada na reflexão consciente, não apenas no entusiasmo momentâneo. Pois, em Cristo, nossa identidade e personalidade são redimidas e, para viver a verdadeira identidade, é necessário desapegar de tudo que nos deforma como cristãos genuínos (leia Lucas 14:33). Embora muitas coisas que amamos sejam maravilhosas, se a nossa vida depender delas, nossa identidade permanecerá distorcida. E, mesmo depois de nos desapegarmos de todas as coisas, ainda assim haverá uma última: o nosso eu!
Lembra do que Jesus disse?
“Se alguém vier a mim, e não aborrecer… e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (leia Lucas 14:26).
Não é o nosso verdadeiro eu – em Cristo – que deve ser aborrecido; mas nosso falso eu – egoísta e dominado pelo pecado. A advertência de Jesus é bem clara quanto aos desafios do discipulado: aquele que for incapaz de amá-Lo acima de tudo, de sofrer por causa dEle e de Seu ensino, bem como de se desvincular de tudo aquilo que o prende neste mundo, não pode ser Seu discípulo!
Portanto, pondere e exorte outros a ponderarem sobre isto!