Leitura Bíblica: Efésios 6:18-20
Versículo-chave: “Orem no Espírito em todos os momentos e ocasiões. Permaneçam atentos e sejam persistentes em suas orações por todo o povo santo.” (Efésios 6:18 NVT)
Agora, Paulo orienta que, ao tomarmos a armadura de Deus, devemos revestir-nos dela por meio de toda oração e súplica, orando “no Espírito em todos os momentos e ocasiões” e, para isso, permanecendo “atentos e persistentes em suas orações por todo o povo santo”. Essa é a mesma exortação que Jesus fez aos discípulos no Getsêmani:
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26:41 ARC)
A razão pela qual devemos orar e vigiar é porque estamos rodeados de tentações – internas e externas – e nossa natureza humana é inclinada a ceder a elas. Assim, ao falar da armadura de Deus, Paulo está tratando da postura do cristão, fundamentada na obra redentora realizada em Cristo Jesus. Portanto, revestir-se da armadura de Deus significa confiar plenamente na obra consumada de Cristo e assumir a posição de combate em espírito de oração e vigilância.
Oramos “no Espírito em todos os momentos e ocasiões” porque existem armadilhas do maligno diante de nós que muitas vezes não conseguimos perceber. A vigilância dá ao crente discernimento para reconhecer de antemão o inimigo com quem está lidando: seja a própria inclinação pecaminosa, o sistema do mundo que alimenta os desejos do coração, ou o diabo, representado pelos “governantes e autoridades do mundo invisível” (Efésios 6:12 NVT); ou até mesmo a ação combinada de todos eles. A vigilância nos permite, em oração, identificar essas ciladas e desviar-nos delas.
Tal como um soldado em combate, o cristão deve permanecer em constante alerta, assim como Jesus em Mateus 4:1-11, que respondeu com a Palavra às tentações de Satanás em momento de fragilidade física. Ele também discerniu e repreendeu Satanás quando Pedro, movido por boas intenções, tentou desencorajá-Lo da missão da cruz (Mateus 16:21-23). Mais tarde, o próprio Pedro enfatizou a necessidade de oração e vigilância:
“Estejam atentos! Tomem cuidado com seu grande inimigo, o diabo, que anda como um leão rugindo à sua volta, à procura de alguém para devorar.” (1 Pedro 5:8 NVT)
Ciente de que ele mesmo estava sujeito às armadilhas internas (sua mente e coração) e externas (o mundo e o diabo), Paulo pede ainda que os efésios intercedam por ele:
“E orem também por mim. Peçam que Deus me conceda as palavras certas, para que eu possa explicar corajosamente o segredo revelado pelas boas-novas. Agora estou preso em correntes, mas continuo a anunciar essa mensagem como embaixador de Deus. Portanto, orem para que eu siga falando corajosamente em nome dele, como é meu dever.” (Efésios 6:19-20 NVT)
Paulo, ainda que fosse uma voz poderosa do Evangelho, não se via como um “supercrente”, mas como alguém que dependia da intercessão da igreja e, sobretudo, da graça de Deus. A prisão não silenciou sua fé, mas tornou-se mais uma oportunidade para viver como embaixador de Cristo. É por isso que ele não solicita oração por alívio, conforto ou liberdade, mas sim palavras adequadas e ousadia para continuar proclamando a mensagem, reconhecendo que até mesmo a coragem de pregar procede do Senhor.
Assim, oremos para que o Senhor nos dê a humildade de admitir que precisamos da oração uns dos outros, e que também nos conceda a coragem e a clareza necessárias para proclamar fielmente a verdade do Evangelho, seja em tempos de tranquilidade, oposição ou qualquer outra situação!