Leitura Bíblica: Marcos 14:24-26
Versículo-chave: “Então Jesus disse: ‘Este é o meu sangue, que confirma a aliança. Ele é derramado como sacrifício por muitos’.” (Marcos 14:24 NVT)
A expiação — processo pelo qual nossos pecados são perdoados, removidos; e a propiciação — processo em que a ira de Deus é aplacada — se destacam de forma notável em toda a celebração da Ceia. Compreender esses princípios com clareza nos proporcionará a postura correta diante da Ceia do Senhor.
O pão e o cálice nos trazem à memória que foi pago um custo altíssimo para nossa libertação (1 Pedro 1:18-19). Assim, somente aqueles que foram espiritualmente vivificados em Cristo têm o direito de participar da Ceia.
“Vocês estavam mortos por causa de sua desobediência e de seus muitos pecados […] Mas Deus é tão rico em misericórdia e nos amou tanto que, embora estivéssemos mortos por causa de nossos pecados, Ele nos deu vida juntamente com Cristo. É pela graça que vocês são salvos!” (Efésios 2:1,4-5 NVT)
Comer o pão e beber o cálice são gestos de quem está espiritualmente vivo, ou seja, somente os que passaram pelo novo nascimento, regenerados pela ação do Espírito Santo. Assim, os elementos físicos e visíveis — o pão e o vinho — nos auxiliarão a lembrar da realidade invisível e interna que fortalece nossa fé.
“Então Jesus disse: ‘Este é o meu sangue, que confirma a aliança. Ele é derramado como sacrifício por muitos’.” (Marcos 14:24 NVT)
A expressão “aliança” é muito familiar ao contexto judaico, pois remete ao compromisso solene estabelecido por Deus com o povo de Israel (Êxodo 24:7-8). Violar a Lei implicava na quebra da aliança, o que afetava diretamente o relacionamento com Deus, já que esse vínculo exigia fidelidade e obediência. No entanto, como nenhum ser humano era capaz de cumprir a Lei em sua totalidade, o homem sempre permanecia em débito.
“Agora, porém, Jesus, nosso Sumo Sacerdote, recebeu um ministério superior, pois Ele é o mediador de uma aliança superior, baseada em promessas superiores. Se a primeira aliança fosse perfeita, não teria havido necessidade de outra para substituí-la.” (Hebreus 8:6-7 NVT)
Desse modo, Jesus institui uma nova aliança, um novo tipo de relacionamento entre Deus e o homem que não se baseia na Lei, mas exclusivamente no sangue de Cristo “derramado como sacrifício por muitos”. É importante perceber que essa redenção é específica e não universal: o sangue de Jesus não foi derramado por toda a humanidade, mas pelos que foram escolhidos para a salvação (Isaías 53:12; Mateus 20:28; Marcos 10:45).
Logo, para os salvos, a Ceia do Senhor remete ao passado: à cruz de Cristo e ao Seu sacrifício substitutivo pelos eleitos. Contudo, ela também aponta para o futuro: o céu, as bodas do Cordeiro, quando Ele nos receberá para a celebração do grande banquete celestial:
“Eu lhes digo a verdade: ‘não voltarei a beber vinho até aquele dia em que beberei um vinho novo no Reino de Deus’.” (Marcos 14:25 NVT)
Portanto, o Cristo que foi crucificado e agora vive — ressuscitado, exaltado e entronizado —será o centro da grande celebração preparada por Deus.
“Felizes os que são convidados para o banquete de casamento do Cordeiro!” (Apocalipse 19:9 NVT)