Leia Atos 8:13,18,19

“E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito. E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: ‘Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo’.”

A história de Simão, o mágico (leia Atos 8:9-11), ilustra bem a verdade absoluta de que a Palavra de Deus é viva, eficaz e apta para discernir os pensamentos e intenções do coração (leia Hebreus 4:12), mesmo diante de intensa perseguição. Embora Simão tenha inicialmente demonstrado fé, sido batizado e começado a seguir Filipe, sua ambição pelo poder mostrou que ele não tinha um coração reto diante de Deus (leia Atos 8:21). O que deveria ter confirmado a fé na doutrina de Cristo, deu-lhe a noção de que o cristianismo não passava de uma espécie superior de feitiçaria a ponto de oferecer dinheiro aos apóstolos na esperança de adquirir poder.

O exemplo de Simão de Samaria evidencia que, mesmo aqueles que aparentam ter se convertido, ainda podem estar dominados por uma mente carnal e mundana, incapaz de compreender as coisas do Espírito de Deus (leia 2 Coríntios 2:14). Embora tenha crido e sido batizado, Simão ainda era guiado por motivos corruptos. Sua suposta conversão ocorreu apenas depois que perdeu sua “audiência” para Filipe (leia Atos 8:11-12). Embora Pedro e João tenham imposto as mãos sobre os samaritanos para receberem o Espírito Santo, Simão não é mencionado entre eles em Atos 8:17.

Simão começou a desejar o poder que os apóstolos possuíam, mas em nenhum momento expressou desejo de glorificar a Deus. Quando foi repreendido por Pedro, este o acusou de pensar que o dom de Deus poderia ser comprado com dinheiro (leia Atos 8:20). Pedro o exortou a se arrepender de sua iniquidade e orar a Deus pelo perdão, mas Simão apenas pediu que orassem para que nenhum mal lhe sobreviesse, evidenciando um desejo de evitar o julgamento, mas não um arrependimento sincero (leia Atos 8:24). Simão é um exemplo claro de cristãos que, mesmo aparentemente convertidos, podem ser guiados por motivações corruptas e mundanas.

A história de Simão nos leva a refletir sobre nossa própria fé em Cristo: estamos buscando verdadeiramente a Deus? Nossa vida está centrada em Cristo, ou nosso coração está cheio de ambições egoístas?

Estamos sempre diante de Deus “e não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hebreus 4:13). Se não formos retos diante dEle, nossa suposta fé será inútil. Portanto, devemos orar para que usemos tudo o que temos em prol da glória de Deus e em ações de graças, a fim de honrar o nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.