Leitura Bíblica: Marcos 7:14-23
Versículos-chave: “Ouçam, todos vocês, e procurem entender. Não é o que entra no corpo que os contamina; vocês se contaminam com o que sai do coração.” (Marcos 7:14-15 NVT)
Ainda respondendo à indagação feita pelos fariseus e mestres da lei – “Por que seus discípulos não seguem a tradição dos líderes religiosos? Eles comem sem antes realizar a cerimônia de lavar as mãos!” (Marcos 7:5 NVT), Jesus passa a esclarecer a distinção entre os rituais cerimoniais e a verdadeira impureza espiritual.
Visto que aquele debate despertou o interesse da multidão que acompanhava Jesus, Ele então os chama para mais perto e declara:
“Ouçam, todos vocês, e procurem entender. Não é o que entra no corpo que os contamina; vocês se contaminam com o que sai do coração.” (Marcos 7:14-15 NVT)
Nenhum tipo de alimento que ingerimos nos torna impuros (como os alimentos consumidos sem a lavagem cerimonial das mãos), mas sim aquilo que falamos e como nos comportamos! Nossas ações são direcionadas por nossas convicções internas, ou seja, refletem nossos pensamentos mais profundos — são eles que moldam nossas palavras e atitudes. Ao afirmar isso diante da multidão, Jesus aliviou o jugo que recaía sobre o povo, mas certamente desagradou os fariseus e os mestres da lei.
Até mesmo os discípulos ficaram confusos diante dessa afirmação, pois foram ensinados desde cedo, segundo a Lei do Antigo Testamento, a considerar alguns alimentos – como carne de porco, coelho, etc. – como impuros. Por esse motivo, quando ficaram a sós com Jesus, eles lhe pediram que esclarecesse o que queria dizer.
Os discípulos ainda não haviam compreendido, então Jesus explicou que comer sem lavar as mãos pode causar enfermidades físicas, mas isso não tem o poder de tornar alguém moralmente impuro. Afinal, “o alimento não vai para o coração, mas apenas passa pelo estômago e vai parar no esgoto” (Marcos 7:19 NVT). Deus havia instruído Israel a respeito de animais impuros como uma forma de ensiná-los sobre separação e santidade (Levítico 11:43-45).
Jesus ainda acrescentou:
“Aquilo que vem de dentro é que os contamina. Pois, de dentro, do coração da pessoa, vêm maus pensamentos, imoralidade sexual, roubo, homicídio, adultério, cobiça, perversidade, engano, paixões carnais, inveja, calúnias, orgulho e insensatez.” (Marcos 7:20-22 NVT)
Os fariseus estavam mais interessados em manter uma aparência externa de santidade, mas não percebiam que a maldade vinha de dentro deles. A verdadeira pureza espiritual não depende de práticas externas, como lavar ou não lavar as mãos, tocar ou não tocar certos objetos, comer ou deixar de comer determinados alimentos – ao contrário do que ensinavam os líderes religiosos. Aos olhos de Deus, é o coração do ser humano que representa a verdadeira fonte de impureza.
Mas nossa natureza pecaminosa e a tendência natural para o mal raramente são tratadas com a seriedade devida. Com frequência, responsabilizamos nossos pecados por influências externas – exemplos ruins, más companhias ou armadilhas do inimigo. No entanto, é essencial nos lembrarmos diariamente de que cada pessoa carrega dentro de si a raiz da sua própria maldade; “todas essas coisas desprezíveis vêm de dentro; são elas que nos contaminam” (Marcos 7:23 NVT). Portanto, oremos diariamente por graça para guardar nossos pensamentos, e clamemos insistentemente: Senhor, livra-nos de nós mesmos!