Leitura Bíblica: Atos 16:16-30
Versículo-chave: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” (Atos 16:30 NVT)
Durante certo período, Paulo e seus companheiros pareciam estar temporariamente “esquecidos” em Filipos. No entanto, voltaram a ser notados quando “uma escrava possuída por um espírito” iniciou uma proclamação de que eles eram servos do Deus Altíssimo (Atos 16:16-17). Na realidade, essa mulher estava sob influência de um espírito maligno, que fornecia respostas enganosas e ambíguas àqueles que buscavam suas orientações, nutrindo o desejo ilusório das pessoas de conhecer o futuro e, assim, induzindo-as ao erro. Dessa forma, “ganhava muito dinheiro para seus senhores”.
A insistência diária daquela mulher em fazer tais declarações acabou perturbando profundamente Paulo, levando-o a reagir com indignação e firmeza:
“‘Eu ordeno em nome de Jesus Cristo que saia dela’. E, no mesmo instante, o espírito a deixou.” (Atos 16:18 NVT)
Diante dessa situação, os donos da escrava, vendo que sua fonte de renda havia sido comprometida, acusaram Paulo e Silas de causarem desordem na cidade e introduzirem práticas proibidas para os romanos. Como consequência, “depois de serem severamente açoitados, foram lançados na prisão” (Atos 16:23 NVT), como se fossem criminosos. Paulo e Silas foram levados ao cárcere mais profundo, reservado aos prisioneiros de alta periculosidade, e ainda tiveram seus pés presos no tronco para evitar qualquer tentativa de fuga.
Diante de uma provação tão severa, muitos se entregariam à murmuração. Depois de serem brutalmente feridos pelos açoites e imobilizados de forma cruel, seria natural que expressassem dor ou indignação. No entanto, em vez disso, “por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos ouviam” (Atos 16:25 NVT). Ou seja, eles decidiram permanecer firmes e confiar no Senhor mesmo diante daquela situação angustiante.
É notável perceber como Deus, em Sua soberania, usou essa adversidade para alcançar o carcereiro de forma eficaz. Enquanto Paulo e Silas ainda oravam e louvavam ao Senhor, “de repente, houve um forte terremoto, e até os alicerces da prisão foram sacudidos. No mesmo instante, todas as portas se abriram e as correntes de todos os presos se soltaram” (Atos 16:26 NVT). Podemos imaginar o pânico do carcereiro diante daquele cenário. O que ele faria? Convencido de que os prisioneiros haviam fugido, pensou que a única saída seria tirar a própria vida para evitar as diversas ameaças que certamente sofreria. Entretanto, Paulo o impediu, gritando que todos ainda estavam ali.
Tomado pelo impacto daquela experiência e constrangido pelo Espírito Santo, o carcereiro ficou trêmulo e atônito (Atos 16:29), tal como Saulo no caminho de Damasco (Atos 9:6). Em um gesto de reverência, lançou-se aos pés de Paulo e Silas, reconhecendo que eles estavam ali em nome de Deus. Em seguida, levou-os para fora e fez a pergunta mais importante de sua vida:
“Senhores, que devo fazer para ser salvo?” (Atos 16:30 NVT)
A preocupação do carcereiro não era com riquezas ou status, mas com a salvação de sua alma. Ele não falou sobre os outros, mas sobre si mesmo, pois tinha plena certeza de que precisava tomar uma decisão, embora ainda não soubesse exatamente qual era. E é sempre gratificante lembrar que, pelo Espírito e por meio de Seus ministros, Deus guiou aquele homem – assim como conduz todos os Seus eleitos – à redenção em Cristo.
Soli Deo Gloria