Leitura Bíblica: Marcos 10:17-22
Versículo-chave: “Com amor, Jesus olhou para o homem e disse: ‘Ainda há uma coisa que você não fez. Vá, venda todos os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. Então você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me’.” (Marcos 10:21 NVT)
A avareza é, e sempre foi, a forma mais comum de idolatria. Pessoas se unem, se separam, cometem crimes e até mesmo perdem a vida em nome dela. No Sermão do Monte, Jesus disse que não podemos servir a Deus e às riquezas ao mesmo tempo (Mateus 6:24). A história do homem citado no versículo de hoje ilustra essa verdade de forma clara.
À primeira vista, aquele homem demonstrava grande anseio espiritual e respeito por Jesus. Ele veio correndo, “ajoelhou-se diante dele e perguntou: ‘Bom mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?’” (Marcos 10:17 NVT). Essa pergunta ressalta a tentativa de alcançar a vida eterna – ou salvação – por meio de esforços próprios, ao contrário do que ensina a Palavra de Deus. A Bíblia ensina que a salvação – ou vida eterna – é dada gratuitamente por Deus e recebida pela fé no sacrifício de Cristo. Tudo o que era necessário para garantir nossa salvação eterna, Cristo já consumou, não havendo nada que possamos acrescentar à Sua obra perfeita.
“Vocês são salvos pela graça, por meio da fé. Isso não vem de vocês; é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pela prática de boas obras, para que ninguém venha a se orgulhar.” (Efésios 2:8-9 NVT)
Jesus relembrou os mandamentos que regem nossas relações com o próximo, e o homem prontamente respondeu: “Mestre, tenho obedecido a todos esses mandamentos desde a juventude” (Marcos 10:20 NVT). A cegueira espiritual dele fica evidente em suas palavras. Muitas pessoas que se consideram cristãs compartilham dessa mesma cegueira, não reconhecendo sua própria pecaminosidade aos olhos de Deus. Elas se vangloriam, acreditando que, por não terem cometido crimes graves, estão livres de culpa. Assim, encobrem-se em uma “capa” de autojustiça.
Aquele homem possuía riquezas suficientes para ser feliz, mas seu coração permanecia vazio. Seus bens e reputação não conseguiam preencher o vazio de sua alma. Nada saciava seus desejos: ser rico e honesto não era o bastante, pois suas virtudes eram apenas aparentes. Ele superestimava suas qualidades, mas Jesus revelou a superficialidade de suas crenças sobre a salvação, o pecado, a lei e o próprio Deus:
“Com amor, Jesus olhou para o homem e disse: ‘Ainda há uma coisa que você não fez. Vá, venda todos os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. Então você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me’.” (Marcos 10:21 NVT)
Jesus contemplou com piedade a ignorância do homem. Ele percebia a angústia e o desejo de alívio em sua consciência. No entanto, apesar de todo o fervor inicial, o homem demonstra claramente seu amor ao dinheiro, pois “ao ouvir isso, o homem ficou desapontado e foi embora triste, pois tinha muitos bens” (Marcos 10:22 NVT).
Ele foi desafiado a renunciar ao objeto de sua afeição, mas escolheu a riqueza terrena em detrimento da riqueza eterna. Ele buscou a pessoa certa, abordou o assunto certo, recebeu a resposta certa e, ainda assim, tomou a decisão errada. Confiar no dinheiro é uma armadilha tanto para ricos quanto para pobres.
“Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal. E alguns, por tanto desejarem dinheiro, desviaram-se da fé e afligiram a si mesmos com muitos sofrimentos.” (1 Timóteo 6:10 NVT)