Leia Atos 24:24,25
“E alguns dias depois, vindo Félix com sua mulher Drusila, que era judia, mandou chamar a Paulo, e ouviu-o acerca da fé em Cristo. Quando Paulo se pôs a discorrer acerca da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro, Félix teve medo e disse: ‘Basta, por enquanto! Pode sair. Quando achar conveniente, mandarei chamá-lo de novo’.”
Paulo concluiu seu discurso perante o governador da Judeia com as seguintes palavras: “Hoje sou julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos” (Atos 24:21). Nesse momento, Félix interrompeu a audiência e ordenou que o centurião mantivesse Paulo sob custódia, concedendo-lhe certa liberdade ao permitir que seus amigos o visitassem e providenciassem o que ele precisasse (leia Atos 24:22,23).
Ali estava Paulo, “o vaso escolhido pelo Senhor para levar Seu nome diante dos gentios, e dos reis” (leia Atos 9:15) que, mesmo sendo preso, não deixou de anunciar o Evangelho da cruz; pois “alguns dias depois, vindo Félix com sua mulher Drusila, que era judia, mandou chamar a Paulo, e ouviu-o acerca da fé em Cristo.”
Talvez o casal esperasse ser entretido com uma divindade mística, pois foi assim que começou o relacionamento adúltero entre Félix e Drusila. Segundo o historiador Flávio Josefo, Drusila era originalmente casada com o rei Aziza de Emesa, mas abandonou seu marido para aceitar imprudentemente a proposta de Félix de se tornar sua mulher. O governador também contou com a ajuda de um judeu chamado Simão, que era especialista em magia.
No entanto, quando questionado sobre a fé em Cristo, Paulo tratou das doutrinas específicas do cristianismo relacionadas à morte e ressurreição do Senhor Jesus, e destacou o fato de que Ele é o Mediador entre Deus e o homem; também “se pôs a discorrer acerca da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro…”
Sim, a maravilhosa graça de Deus nos ensina a viver de forma sóbria, justa e piedosa (leia Tito 2:12). Paulo abordou os temas da justiça e do domínio próprio a fim de persuadir Félix de sua própria injustiça e falta de controle, das quais ele era notoriamente culpado. O objetivo era despertar em Félix o reconhecimento do caráter detestável dessas atitudes e o entendimento de como elas provocam a ira de Deus (leia Efésios 5:6). Dessa forma, Félix poderia decidir abraçar a fé em Cristo. O apóstolo também pregou sobre o julgamento vindouro, revelando como as sentenças desse julgamento determinarão de forma definitiva o destino eterno de todos os seres humanos: a ressurreição para a vida eterna, ou a ressurreição para condenação eterna.
No entanto, “Félix teve medo e disse: ‘Basta, por enquanto! Pode sair. Quando achar conveniente, mandarei chamá-lo de novo’.” A Palavra de Deus tem um poder penetrante e aterrorizante, capaz de provocar temor no coração do pecador mais orgulhoso e audacioso. Isso foi exatamente o que aconteceu com Félix – ele sentiu medo. No entanto, adiou a continuação da conversa para uma ocasião futura em que julgasse conveniente ouvir Paulo novamente. O tremor que Paulo e o carcereiro experimentaram (leia Atos 9:6; 16:29) os levaram à conversão, mas isso não ocorreu com Félix. Se Félix tivesse apenas perguntado, assim como Paulo e o carcereiro fizeram quando temeram: “O que devo fazer?”, ele teria sido levado à fé em Cristo.
Atualmente, muitos também tem adiado o assunto da conversão para um momento mais conveniente para si mesmo, depois de concluírem um negócio ou tarefa, ou quando estiverem mais velhos. Entretanto, nesse processo, as convicções desaparecem, os bons propósitos se transformam em nenhuma ação e as pessoas se tornam ainda mais endurecidas em seus caminhos pecaminosos. O momento presente, sem dúvida, é o momento mais oportuno. Jesus, hoje é o nosso Advogado; mas, em breve, Ele virá como Juiz! Portanto…
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” (Atos 3:19)