Leia Mateus 9:14:
“Os discípulos de João Batista foram a Jesus e lhe perguntaram: ‘Por que seus discípulos não têm o hábito de jejuar, como nós e os fariseus?’.”
Perceba que o diálogo nesta passagem é iniciado com uma acusação implícita na seguinte pergunta: “Por que seus discípulos não têm o hábito de jejuar, como nós e os fariseus?”. Ou seja, os discípulos de Cristo foram acusados de não jejuarem tão frequentemente como os discípulos de João e os fariseus. Dessa forma, podemos observar como eles se vangloriavam de seu próprio jejum e tinham preocupação de demonstrá-lo a todos (leia Mateus 6:17); além disso, buscavam pleitear diante de Deus, confiando que suas obras os justificariam diante dEle (leia Mateus 18:11,12).
O que os discípulos de João e os fariseus (talvez) não sabiam é que a instrução dada pelo próprio Cristo era de que seus discípulos mantivessem seus jejuns em secreto (leia Mateus 6:17,18) e, por causa disso, foram acusados injustamente. Assim, podemos aprender que, não devemos julgar uns aos outros por aquilo que aparentam diante dos nossos olhos, porque nós vemos a aparência, mas Deus vê em secreto e sonda o nosso coração. Precisamos ser vigilantes! Porque é muito comum que, dominados pelo orgulho, consideremos a nós mesmos como um padrão de fé pelo qual podemos “testar” e “avaliar” as pessoas à nossa volta, como se todos os que diferem de nós estivessem profundamente errados. Mas isto, tão somente, evidencia nossa falta de humildade e misericórdia.
Portanto, devemos entender que o benefício do jejum não consiste em ficar sem alimento por um período de tempo, mas na autonegação que é parte essencial do jejum. O jejum se tornará em benção e ajuda quando, ao disciplinar a nossa fome física, sejamos lembrados que devemos, sobretudo, ter fome e sede de justiça (Mateus 5:6). E como seríamos saciados se a motivação do jejum for a comparação, a acusação ou a exaltação? O jejum deve nos unir, e não gerar divisões no corpo de Cristo!