Leia João 15:1,2
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda.”
Nos versículos de hoje, podemos compreender claramente o que ocorre quando há a presença do fruto – “todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda”; e, por outro lado, quando não há fruto – “todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta”. Perceber esta clara distinção entre “podar” (ou limpar) e “cortar” é essencial.
Essa percepção nos impedirá de pensar, equivocadamente, que aqueles que assumem uma conduta deliberada de pecado, enquanto afirmam ter sido justificados pela fé, ainda serão “podados” ou “herdarão o Reino de Deus”. Esse tipo de pensamento só pode surgir de um desrespeito pelo verdadeiro ensinamento do Evangelho, como o apóstolo Paulo advertiu em sua carta aos Gálatas (leia Gálatas 2:17-20).
Ao chegar à seção conclusiva sobre as práticas dos princípios ensinados anteriormente, Paulo escreve de forma incisiva: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gálatas 5:13). É importante compreender que a liberdade que Cristo nos concede não se destina a ser usada de forma inconsistente, alternando entre a prática das obras da carne e a manifestação do fruto do Espírito. Pelo contrário, somos chamados a evitar a inclinação de usar essa liberdade como uma licença para satisfazer os impulsos pecaminosos e, ao invés disso, devemos exercer essa liberdade “servindo uns aos outros pelo amor”.
É inegável que todos nós reconhecemos a importância de sermos mais amorosos, você concorda? No entanto, mesmo que muito tenha sido escrito sobre o amor, muitas vezes temos apenas uma compreensão superficial do seu verdadeiro significado. Espiritualmente falando, o amor está intrinsecamente relacionado aos outros aspectos do fruto que devemos manifestar. Pois, servir aos outros, além do amor, também deve ser acompanhado de alegria.
Embora experimentemos a alegria do Espírito, isso não significa que a tristeza ou o sofrimento e aflição estejam ausentes de nossas vidas. Como Paulo ensina aos filipenses, devemos aprender a nos alegrar em todas as circunstâncias (leia Filipenses 4:4). A base para nossa alegria reside em nosso relacionamento com Deus, pois sabemos que a redenção que temos em Cristo nunca será ameaçada por qualquer perda que enfrentemos – seja a perda de um ente querido, de bens materiais, de emprego ou de qualquer outra coisa. E, à medida que crescemos na graça e no conhecimento do nosso Senhor, entendemos mais profundamente suas promessas em nossa vida, e isto nos traz ainda maior alegria e paz.
Cada fruto que somos chamados a produzir reflete o próprio caráter de Deus. Ele é a fonte de toda alegria, bondade e mansidão. Se podemos imaginar alguém longânimo, paciente, com certeza é Deus! Ele é tardio em irar-se, não se apressa em julgar; mas isso não quer dizer que Ele não julgará!
Portanto, a partir desse entendimento sobre o fruto do Espírito, somos capacitados a compreender melhor o que o Pai requer ao nos podar:
“Os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.” (Gálatas 5:24,25)
Somente assim refletiremos a imagem de Deus, viveremos em harmonia com a Sua vontade soberana e, consequentemente, glorificaremos o seu Nome!