Leia João 15:8
“Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.”
Os discípulos de Jesus serão sempre reconhecidos pelo fruto, e essa frutificação é sempre dependente de Cristo (leia João 15:5). Ao mesmo tempo, só podemos verdadeiramente ser chamados de “discípulos de Cristo” se “glorificarmos ao Deus Pai dando muito fruto”. Mas, como podemos medi-lo?
Muitas vezes, tendemos a medir nosso “progresso espiritual’ examinando nosso desempenho de acordo com padrões externos, como por exemplo, evitando falar palavras torpes. No entanto, esses critérios são apenas superficiais e não refletem a verdadeira evidência do fruto do Espírito, que é frequentemente ignorada ou minimizada. Os fariseus também caíram nessa armadilha (leia Mateus 23:5).
Em função disso, acabamos negligenciando o fruto do Espírito – que é a essência do caráter cristão – pois é muito mais fácil evitar comportamentos específicos do que desenvolver o domínio próprio. Também negligenciamos porque nos interessamos mais pelos dons do Espírito do que pelo fruto. Esquecemos que as Escrituras deixam claro que alguém pode realizar feitos impressionantes em nome de Cristo, como profetizar, expulsar demônios e fazer milagres, mas ainda assim, ser rejeitado pelo Mestre, por praticar a iniquidade (leia Mateus 7:22,23).
A Bíblia representa tanto a carne (as inclinações pecaminosas do coração) quanto o estado transformado pela graça de Deus como árvores: uma produz maus frutos, e a outra produz bons frutos. O que cada árvore produz está de acordo com a sua natureza, assim como a árvore é determinada pela natureza da semente que a originou (leia Mateus 12:33; Lucas 6:43,44).
Quando vivemos segundo a carne, produzimos obras que são manifestações das inclinações pecaminosas “as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gálatas 5:19-21).
Porém, quando somos regenerados pelo Espírito Santo, Ele produz em nós o Seu fruto que é “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5:22,23).
Portanto, todo ser humano sem Cristo inevitavelmente produzirá frutos nocivos e indignos. Mesmo que ocasionalmente surjam exemplos notáveis de nobreza, fidelidade, temperança e generosidade em não regenerados, tais atos são apenas aparências enganosas.
Por outro lado, todo cristão genuíno possui o fruto do Espírito completo, graças a Cristo. Assim como não existe uma laranja sem todos os seus gomos, todo cristão tem em si o fruto completo do Espírito e entende que todas as virtudes e boas obras procedem do Espírito Santo. O homem, por si só, só pode produzir o mal, enquanto o que é bom e virtuoso provém, exclusivamente, do Espírito Santo.