Leitura Bíblica: Números 21:4-9; João 3:14-17
Versículo-chave: “Moisés fez uma serpente de bronze e a colocou no alto de um poste. Quem era mordido por uma serpente e olhava para a réplica de bronze era curado.” (Números 21:9 NVT)
Quando Israel murmurou sobre a comida que Deus lhes fornecera no deserto, chamando-a de “maná horrível!”, o Senhor enviou “serpentes venenosas [ou serpentes abrasadoras] que morderam o povo, e muitos morreram” (Números 21:5-6 NVT). Ao desprezar o maná, os israelitas estavam, na verdade, rejeitando o próprio Deus, que havia sido o provedor daquele sustento. A correção divina veio por meio de serpentes cujo veneno provocava febres intensas e mortes angustiantes, lembrando que, naquele período, não existia qualquer antídoto.
A dor causada pelas mordidas levou o povo ao arrependimento, e eles suplicaram a Moisés que intercedesse por eles. Moisés apresentou sua oração diante do Senhor, e Deus instruiu que fosse feita uma serpente de bronze, conclamando o povo a olhar para ela a fim de receber restauração.
“Moisés fez uma serpente de bronze e a colocou no alto de um poste. Quem era mordido por uma serpente e olhava para a réplica de bronze era curado.” (Números 21:9 NVT)
O gesto de olhar para a serpente significava admitir sua condição pecaminosa, reconhecendo que o castigo era justo e o julgamento do Senhor adequado. Contemplar a serpente de bronze equivalia a encarar o próprio pecado e o castigo merecido que ela representava. Aqueles que estavam mortalmente feridos precisavam olhar para a imagem daquilo que lhes causava dor e morte, caso desejassem sobreviver. Não era uma visão agradável, pois expunha a miséria espiritual do povo diante de um Deus Santo. Contudo, era o único meio de continuar vivo diante do juízo de fogo.
Jesus mencionou essa impactante cena em Sua conversa com Nicodemos, estabelecendo uma comparação com a forma de execução que Ele sofreria, sendo levantado numa cruz. Nicodemos conhecia profundamente a narrativa da serpente de bronze e entendia que ela simbolizava o julgamento de Deus contra o pecado da murmuração no deserto. Ao se identificar com a serpente de bronze, Jesus estaria tomando sobre Si o julgamento divino. Embora Nicodemos não soubesse que a morte de Cristo ocorreria por crucificação, compreendeu que haveria um ato substitutivo.
Para os judeus, a crucificação era sinal de maldição (Deuteronômio 21:22-23). Assim como os israelitas precisaram olhar para a imagem erguida da serpente para serem poupados, nós precisamos voltar nossos olhos para Jesus pendurado na cruz, a fim de sermos libertos de nossas transgressões. Dessa forma, Cristo utilizou um episódio vergonhoso de rebelião israelita para explicar o sentido de Sua morte substitutiva e redentora.
Todos os seres humanos foram “picados” pela serpente do pecado e estão destinados à morte eterna. Assim, em João 3:14-15, Jesus está explicando que a serpente de bronze era uma representação dEle. Cristo, sem pecado, que não merecia ser punido, mas tomou nosso lugar e suportou o castigo que nós merecíamos. A estaca, por sua vez, simboliza a cruz do Calvário, onde Jesus foi erguido. Somos salvos ao olharmos para Ele com fé!
“Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus enviou seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para salvá-lo por meio dEle.” (João 3:16-17 NVT)
Assim, tanto a serpente de bronze quanto Cristo elevado na cruz simbolizam o julgamento sobre o pecado, e o ato de contemplá-los resulta em vida. É exatamente o que o Senhor declara em Isaías 45:22 NVT:
“Que todo o mundo se volte para mim para ser salvo! Pois Eu sou Deus, e não há nenhum outro.”



