Leia Romanos 4:2-3:
“Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.”
A preciosa doutrina do evangelho da justificação pela fé, sem a necessidade das obras da lei, era um conceito complexo para os judeus. Isso se deve ao fato de que a ideia de justificação sem obras era contrária às noções de fé que eles haviam aprendido. Por esta razão, a fim de tornar o ensinamento ainda mais claro e compreensível, Paulo, para exemplificar, cita Abraão, cujo nome era muito valorizado e respeitado entre os judeus. Este exemplo trouxe, sem dúvida, ainda mais peso aos argumentos anteriores do apóstolo Paulo.
Se o pai Abraão, um patriarca tão renomado e respeitado por sua submissão e obediência, foi justificado unicamente pela fé e não por suas obras, como poderiam seus herdeiros ansiarem por uma justificação apoiada em suas próprias obras humanas? Seria algum dos descendentes de Abraão superior a ele? Assim, o capítulo 4 da carta aos Romanos é preenchido por uma reflexão sobre o exemplo de Abraão: “Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi creditado como justiça.” (Gênesis 15: 6)
Ou seja, se Abraão fosse justificado pelas obras, ele teria motivo para se vangloriar, mas não diante de Deus. O apóstolo Paulo, convencido do enriquecimento que este exemplo trouxe aos seus argumentos, prova que Abraão não foi justificado por suas ações, mas sim pela sua fé em Deus (Romanos 4:1-8); observa quando e por que Abraão foi justificado (Romanos 4:9-17); descreve e recomenda a fé que Abraão professava (Romanos 4:17- 22); e, por fim, aplica tudo isso a nós:
“Assim isso lhe foi também imputado como justiça. Ora, não só por causa dele está escrito, que lhe fosse tomado em conta, mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; o qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação.”
(Romanos 4:22-25)