Leia Lucas 12:11,12
“Quando vocês forem levados às sinagogas e diante dos governantes e das autoridades, não se preocupem com a forma pela qual se defenderão, ou com o que dirão, pois naquela hora o Espírito Santo ensinará o que deverão dizer”.
Paulo encontrava-se imerso em um caos aparentemente avassalador aos olhos humanos. Nos capítulos 21 e 22, ele se via em Jerusalém, no meio de uma grande agitação, sendo preso pelos invejosos judeus, que almejavam tirar-lhe a vida. Paulo já havia expressado sua prontidão para ser preso e até mesmo morrer em Jerusalém em nome do Senhor Jesus (leia Atos 21:13), e agora esse momento se concretizava.
Após apelar para a sua cidadania, Paulo foi libertado da prisão e conduzido ao Sinédrio, o tribunal judaico, para ser apresentado diante das autoridades. O Sinédrio, composto por setenta anciãos, dividia-se entre fariseus e saduceus. Consciente dessa divisão, Paulo, diante daquelas autoridades, não se preocupou excessivamente com suas palavras. Podemos crer que “naquela hora o Espírito Santo ensinou-o sobre o que deveria dizer”, como o Mestre Jesus disse que assim seria.
Então, diante do Sinédrio, Paulo declara que estava sendo julgado devido à sua esperança na ressurreição dos mortos (leia Atos 23:6). Por que consideramos esta afirmação relevante? A resposta encontra-se no versículo seguinte: “Porque os saduceus afirmam que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, mas os fariseus reconhecem tanto uma coisa quanto outra“ (Atos 23:8).
Em outras palavras, os fariseus, que se consideravam mais espirituais por seguirem a lei de Moisés e acreditavam que a salvação só poderia ser alcançada por meio da lei, criam na ressurreição dos mortos. Por outro lado, os saduceus, que eram ricos aristocratas e controlavam o Templo, não acreditavam na ressurreição. Essa divergência dividiu o Sinédrio a ponto do comandante temer, mais uma vez, pela vida de Paulo e retirá-lo dali (leia Atos 23:9,10).
Podemos imaginar a confusão que se passava na mente do comandante naquele momento, mais fácil ainda é compreender a apreensão de Paulo. O que ele estaria pensando? Estaria com medo? Não temos essas respostas, mas o que as Escrituras registram é que, na noite seguinte, o Senhor apareceu a ele e disse: “Paulo, coragem! Assim como testemunhaste a meu respeito em Jerusalém, é necessário que testemunhes também em Roma“ (Atos 23:11).
Dessa forma, o maravilhoso e soberano Deus nos ensina mais uma vez que nada acontece sem propósito. A prisão desencadeou uma série de eventos que conduziriam Paulo a Roma, algo que já estava nos planos de Deus para o apóstolo dos gentios. Soli Deo Gloria!