Leitura Bíblica: Marcos 7:1-13
Versículo-chave: “Vocês desprezam a lei de Deus e a substituem por sua própria tradição.” (Marcos 7:8 NVT)
À medida que o povo comum aumentava seu interesse por Jesus, os fariseus e mestres da lei intensificavam seu ciúme e aversão por Ele. Assim, eles saíram de Jerusalém em direção à Galileia com o propósito de encontrar falhas em Jesus. E, como sua motivação era criticá-Lo, eles logo “observaram que alguns de seus discípulos comiam sua refeição com as mãos impuras, ou seja, sem lavá-las” (Marcos 7:2 NVT). Isso não quer dizer que os discípulos ignoravam cuidados básicos com a higiene, mas sim que não seguiam o ritual de purificação tradicional que os judeus – em especial os fariseus – observavam.
Os fariseus e mestres da lei foram questionar Jesus quanto ao fato de Seus discípulos comerem sem realizar a lavagem ritual das mãos, mas a pergunta deles era uma indireta a Jesus, pois, como Ele era o Mestre, também era responsável palas ações dos Seus discípulos. A chamada “tradição dos líderes religiosos” (Marcos 7:5 NVT) consistia em normas humanas que fundamentavam o sistema cerimonial judaico, mas sua autoridade não era apoiada pelas Escrituras.
Jesus, de forma direta, começa Sua resposta chamando aqueles líderes religiosos de “Hipócritas!” (Marcos 7:6-7) que, no original, diz respeito a atores que utilizavam máscaras ao representar diversos papéis no teatro. Na prática, os fariseus não eram religiosos genuínos, mas apenas encenavam um papel religioso para manter uma aparência diante das pessoas. Eles declaravam devoção a Deus, mas, por dentro, eram desonestos.
Jesus não respondeu diretamente à indagação feita por aqueles líderes religiosos, mas aproveitou o momento para destacar a supremacia da Lei de Deus sobre os regulamentos criados por homens:
“Vocês desprezam a lei de Deus e a substituem por sua própria tradição.” (Marcos 7:8 NVT)
Inicialmente, os judeus reverenciavam profundamente a Lei escrita – a Torá – a ponto de evitarem qualquer comentário pessoal para que, no futuro, essas observações não fossem tratadas como superiores à própria Palavra de Deus. Com o tempo, porém, os escritos interpretativos sobre a Lei passaram a ter mais relevância do que a própria Torá – e foi justamente esse o ponto que Jesus condenou.
Como exemplo, Jesus citou dois trechos do Antigo Testamento: o mandamento de honrar pai e mãe, e a punição de morte para quem os amaldiçoasse (Êxodo 20:12; 21:17; Levítico 20:9; Deuteronômio 5:16). Está claro que Deus deseja que filhos – sejam jovens ou velhos – tratem seus pais com respeito. Contudo, alguns líderes religiosos declaravam que seus bens eram “Corbã” (isto é, uma oferta dedicada a Deus), evitando assim ajudar financeiramente seus pais necessitados. Dessa forma, simulavam generosidade para com a obra de Deus, quando na verdade estavam sendo egoístas e negligentes, anulando o mandamento de Deus com suas tradições!
Infelizmente, é comum que cristãos, em várias ocasiões, repitam os mesmos erros dos fariseus nesse aspecto. Por isso, precisamos estar atentos para não tentar acrescentar nada à Palavra de Deus, como se tal acréscimo fosse essencial para a salvação. A Bíblia, por completo – sem adições ou omissões – deve ser nossa base de fé e conduta. Sendo perfeita, infalível e confiável, nada deve ser acrescentado a ela, e nada deve ser retirado!