Leitura Bíblica: Tiago 1:22-25
Versículos-chave: “Pois, se ouvirem a palavra e não a praticarem, serão como alguém que olha no espelho, vê a si mesmo, mas, assim que se afasta, esquece como era sua aparência.” (Tiago 1:23-24 NVT)
O cristão é gerado pela Palavra de Deus, recebe-a com humildade e mantém-se sempre disposto a ouvi-la. Contudo, a escuta isolada não basta — é preciso convertê-la em prática:
“Não se limitem, porém, a ouvir a palavra; ponham-na em prática. Do contrário, só enganarão a si mesmos.” (Tiago 1:22 NVT)
É essencial uma mudança interior por meio de uma escuta atenta e meditação constante, que se manifeste em atos concretos de obediência. Quem se limita à escuta passiva acaba iludido por palavras vazias. A maneira de evitar este autoengano é ouvir a verdade bíblica, deixar-se moldar por ela e viver conforme seus ensinamentos. Ouvir sem o compromisso de obedecer cria a falsa sensação de santidade e reduz o cristão a um mero frequentador de igreja.
A imagem que Tiago usa — a pessoa que se contempla no espelho — denuncia uma incoerência prática. É uma ilustração simples, mas realista, cujo objetivo é conduzir os leitores à ação:
“Pois, se ouvirem a palavra e não a praticarem, serão como alguém que olha no espelho, vê a si mesmo, mas, assim que se afasta, esquece como era sua aparência.” (Tiago 1:23-24 NVT)
Tiago parte do princípio de que a prática deve ser o resultado de ouvir. Ao reconhecer uma verdade, a reação adequada não é agir diferente, mas de maneira adequada a esta verdade. No entanto, ao longo da carta, o autor denuncia um comportamento distinto: pessoas que conheceram a verdade e, ainda assim, vivem como se nunca a tivessem ouvido.
O problema não é a surdez, mas o autoengano. Saber o que precisa ser feito e não agir é assumir uma narrativa interna enganosa. Assim, o indivíduo permanece como mero receptor — exatamente como “alguém que olha no espelho, vê a si mesmo, mas, assim que se afasta, esquece como era sua aparência”.
Por que olhamos no espelho? Para perceber o que precisa ser corrigido: um cabelo desalinhado será ajeitado; uma sujeira na boca será limpa. Tiago, porém, descreve quem se observa e parte sem providência, fingindo que está tudo em ordem. É notar o desarranjo e continuar como se nada houvesse, vivendo sob uma confortável ilusão.
Viver a Palavra exige decisões deliberadas. No novo nascimento, Deus nos concede uma nova natureza (2 Coríntios 5:17), mas a velha natureza permanece em tensão com a nova – a luta da carne contra o Espírito (Gálatas 5:17). Por isso, ser praticante demanda empenho constante.
“Se, contudo, observarem atentamente a lei perfeita que os liberta, perseverarem nela e a puserem em prática sem esquecer o que ouviram, serão felizes no que fizerem.” (Tiago 1:25 NVT)
Este é o oposto do ouvinte esquecido: é preciso atenção cuidadosa — como quem se inclina para contemplar um tesouro — seguida de perseverança e obediência ao Evangelho – “a lei perfeita que os liberta”. É chamada “lei” porque exige submissão; é “perfeita” porque revela plenamente a vontade de Deus que nos “liberta” do pecado. Tiago se refere a um compromisso contínuo, cuja colheita não falha: a vida do cristão que permanece na Palavra estará firmada na obediência e, então, será feliz em tudo que fizer (Salmos 1:1-3).
Reserve um instante para meditar e responda com sinceridade:
Você lembra da mensagem pregada no último domingo? O que aquela Palavra suscitou em seu coração enquanto a ouvia? E desde então, o que aconteceu: ela foi apenas ouvida e esquecida, ou você tem se empenhado em vivê-la na prática?