Leitura Bíblica: Marcos 12:1-12
Versículo-chave: “‘O que vocês acham que o dono do vinhedo fará?’, perguntou Jesus. ‘Ele virá, matará os lavradores e arrendará o vinhedo a outros’.” (Marcos 12:9 NVT)
A Parábola dos Lavradores Maus é bastante conhecida e retrata Deus cuidando com zelo da nação de Israel, representada pela vinha, a qual Ele confiou a outros responsáveis — os lavradores. O Senhor a cercou para protegê-la, instalou um lagar para espremer as uvas e ergueu uma torre para vigiar sua plantação. Os servos enviados simbolizam os profetas que antecederam Jesus, incluindo João Batista, cujo batismo havia sido mencionado por Cristo (Marcos 11:30).
Quando chegou a época da colheita, o dono da plantação mandou servos para receber parte dos frutos da vinha. No entanto, cada vez que esses servos apareciam, os lavradores os tratavam com desprezo, agredindo-os severamente e até matando. Essa narrativa expressa, de maneira marcante, o modo como os líderes de Israel maltrataram os profetas enviados por Deus. Apesar das advertências divinas por meio desses mensageiros, o povo recusou-se a ouvir, demonstrando menosprezo pelo próprio Senhor.
Por fim, o proprietário decidiu enviar seu filho amado, acreditando que este seria tratado com honra. No entanto, os lavradores também conspiraram contra ele, com a intenção de tomar posse da terra. Executaram seu plano: agarraram o filho, “o mataram e jogaram seu corpo para fora do vinhedo” (Marcos 12:8 NVT).
Podemos perceber nesta parábola a imensa bondade de Deus para com Israel: Ele cuidou da nação como quem cultiva um campo, cercando-o e transformando-o em uma vinha frutífera. Concedeu-lhes mandamentos, diretrizes e leis. O Senhor esperava frutos agradáveis, mas Israel só produziu frutos amargos (Isaías 5:1-7).
É importante observar que o dono da vinha foi paciente e justo em suas exigências. Ele não cobrou antes do tempo, mas mandou seus servos no momento apropriado — o tempo da colheita. Apesar disso, cada mensageiro enviado em busca dos frutos foi rejeitado. E, mesmo com o envio de seu filho, os lavradores o odiaram e planejaram sua morte.
“‘O que vocês acham que o dono do vinhedo fará?’, perguntou Jesus.”
Os líderes judeus, ouvindo a parábola, perceberam com clareza que Jesus estava falando diretamente sobre eles (Marcos 12:12). Entenderam que tanto eles quanto seus antepassados eram os lavradores a quem Deus confiou a vinha, e que deveriam ter oferecido frutos ao seu Senhor. Contudo, ao reconhecerem essa verdade, não se arrependeram — seus corações permaneceram insensíveis ao pecado. Por isso, nada restava senão um terrível resultado:
“Ele virá, matará os lavradores e arrendará o vinhedo a outros.” (Marcos 12:9 NVT)
Se os lavradores (judeus) apenas tivessem negado o fruto, o dono do vinhedo talvez não lhes tirasse a propriedade por falta de pagamento; porém, ao rejeitarem, insultarem, maltratarem e até mesmo assassinarem seus servos e seu filho amado, o dono do vinhedo decidiu destruí-los e arrendar o vinhedo a outros (gentios).
Essa parábola deveria ter despertado neles o arrependimento, mas, ao contrário, intensificou seu desejo de prender Jesus, concretizando assim exatamente o que Ele havia dito que fariam (Marcos 12:8). Portanto, estejamos atentos e em constante oração, pois quando as verdades do Evangelho não quebrantam os corações humanos, estes se tornam ainda mais endurecidos. E, se a mensagem da cruz não for perfume de vida para quem crê, acabará sendo cheiro de morte para aqueles que rejeitam a salvação!