Leitura Bíblica: Marcos 5:1-20
Versículo-chave: “Por que vem me importunar, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Em nome de Deus, suplico que não me torture!” (Marcos 5:7 NVT)
Logo que Jesus e os Seus discípulos chegaram à outra margem do lago, na região dos gerasenos, “imediatamente um homem possuído por um espírito impuro saiu do cemitério e veio ao seu encontro” (Marcos 5:2 NVT). Os judeus consideravam os cemitérios lugares impuros e frequentemente associados como refúgio de espíritos malignos.
O evangelista Marcos descreve com riqueza de detalhes a situação desesperadora daquele homem: ele habitava entre as cavernas usadas como túmulos, vivia sem controle, perambulava dia e noite gritando e ferindo-se com pedras. Ninguém podia contê-lo, nem mesmo com correntes ou algemas.
Ao avistar Jesus, o homem inicialmente se ajoelhou diante dEle, mas logo bradou com amargura:
“Por que vem me importunar, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Em nome de Deus, suplico que não me torture!” (Marcos 5:7 NVT)
Era comum entre os feiticeiros da época invocar entidades superiores para subjugar espíritos menores; por isso, os demônios apelaram ao nome de Deus, procurando uma forma de impedir que Jesus os expulsasse. Contudo, Jesus discerniu claramente entre a reverência do homem e a voz do espírito maligno. Embora ele se curvasse, era o demônio quem falava por meio dele.
Jesus lhe perguntou qual era o seu nome e, o fato do espírito imundo ter respondido imediatamente, indicou que ele reconhecia a autoridade de Cristo. Uma legião romana consistia de quatro a seis mil soldados, o que revela a dimensão do tormento mental que aquele homem sofria.
Os espíritos malignos suplicaram para que Jesus não os enviasse para longe dali e pediram permissão para entrar numa manada de porcos. A existência daqueles animais reforça que o local era habitado por gentios, já que a Lei de Moisés proibia os judeus de lidarem com porcos (Levítico 11:7-8). Jesus consentiu, e os demônios entraram nos porcos que, prontamente, “cerca de dois mil porcos, se atirou pela encosta íngreme do monte para dentro do mar e se afogou” (Marcos 5:13 NVT).
Quando os moradores souberam do ocorrido e chegaram ao local, encontraram o homem, antes possesso, “sentado ali, vestido e em perfeito juízo, e todos tiveram medo” (Marcos 5:15 NVT). No entanto, em vez de celebrarem aquele milagre, insistiram para que Jesus fosse embora. O motivo? Aquela quantidade de porcos representava uma perda econômica considerável. Se Jesus continuasse realizando obras daquele tipo, seus lucros estariam ameaçados. Em outras palavras, aqueles homens preferiram manter sua estabilidade financeira do que ter Jesus por perto.
A reação do homem restaurado foi totalmente oposta. Quando Jesus se preparava para partir, ele rogou para segui-Lo, demonstrando sua gratidão. No entanto, Jesus o instruiu:
“Volte para sua casa e para sua família e conte-lhes tudo que o Senhor fez por você e como Ele foi misericordioso.” (Marcos 5:19 NVT)
Jesus o enviou de volta como uma testemunha viva da manifestação do poder de Deus. O homem obedeceu e anunciou as boas-novas em toda a Decápolis, uma região formada por dez cidades. Esse mandato permanece até hoje para todos os que foram alcançados pela graça de Deus:
“Volte para casa e compartilhe o que o Senhor fez por você!”