Leitura Bíblica: Filipenses 2:6-8
Versículo-chave: “Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano.” (Filipenses 2:7 NVT)
Não podemos passar por esses versículos sem destacar a dupla natureza de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. As Escrituras revelam que Jesus possui duas naturezas – divina e humana – ambas preservadas em sua integridade. Simultaneamente, Ele é apresentado como uma Pessoa indivisível, o Deus encarnado.
A expressão “embora sendo Deus” (Filipenses 2:6 NVT) aponta para a Sua essência divina, como o Filho único e eterno de Deus. Jesus é a manifestação exata de Deus, de maneira que aquele que contempla o Filho está vendo o próprio Pai (João 14:9).
“No princípio, aquele que é a Palavra já existia. A Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus.” (João 1:1 NVT)
“O Filho é a imagem do Deus invisível e é supremo sobre toda a criação.” (Colossenses 1:15 NVT)
Jesus é o “supremo de toda a criação” porque a Ele pertence a mais elevada honra; Ele é o herdeiro de todas as coisas e o agente da criação (Hebreus 1:2). Jesus é o Criador, não criatura. Contudo, apesar de Sua divindade, Ele não se apegou a essa glória; ao contrário, Ele de fato tornou-se homem, assumindo nossa carne e sangue, nascendo como ser humano e assumindo voluntariamente a natureza humana:
“Em vez disso, esvaziou a si mesmo; assumiu a posição de escravo e nasceu como ser humano.” (Filipenses 2:7 NVT)
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1:14)
Jesus não apenas se dispôs a deixar a glória celestial! Ele se despojou, assumiu a condição de servo, fez-se homem! Jesus submeteu-se às leis do desenvolvimento humano (Lucas 2:40), enfrentando carências e limitações comuns a todos os seres humanos, como fadiga, fome, sede e sono (Mateus 8:24-25; Marcos 11:12; João 4:6). Contudo, mesmo sendo humano, Jesus “em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4:15 NVT).
Ele se humilhou, sendo obediente até a morte. Isso é extraordinário aos nossos olhos! Ele obedeceu, mesmo que isso lhe custasse a própria vida. Ser obediente até a morte significa que Ele persistiu em sua submissão até o último instante, enfrentando a morte na cruz. A crucificação era a forma mais desonrosa de execução, comparável à forca, à cadeira elétrica ou à câmara de gás — reservada para criminosos. Desse modo, a cruz foi cercada pela mais profunda ignomínia (vergonha), mas por meio de Sua obediência até a morte de cruz, Cristo “destruiu o poder da morte e iluminou o caminho para a vida e a imortalidade por meio das boas-novas” (2 Timóteo 1:10 NVT).
Portanto, é essencial refutar qualquer doutrina que contradiga a perspectiva bíblica da união das duas naturezas de Cristo em uma Pessoa. Cristo sempre existiu, mas veio ao mundo à semelhança de homem. A humanidade do Senhor é tão autêntica quanto Sua divindade. Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem; Filho de Deus e Filho do Homem. Esse é um profundo mistério, inalcançável para qualquer mente criada. Sendo assim, nosso papel é tão somente crer!