Leitura Bíblica: Judas 1:14-16
Versículo-chave: “São murmuradores e descontentes, que vivem apenas para satisfazer os próprios desejos. Contam vantagem em alta voz e bajulam outros para conseguir o que querem.” (Judas 1:16 NVT)
Entre os exemplos usados por Judas, está a profecia de Enoque. Ele menciona que Enoque, “que viveu na sétima geração depois de Adão”, anunciou antecipadamente a vinda do Senhor para executar juízo sobre os ímpios (Judas 1:14). Essa declaração, ausente do Antigo Testamento, expressa uma tradição judaica transmitida oralmente e muito conhecida entre os primeiros cristãos.
Enoque é lembrado como alguém que “andou com Deus” e foi levado por Ele sem experimentar a morte (Gênesis 5:24). Sua vida foi um testemunho de integridade em meio a uma geração pervertida, e sua profecia simboliza a convicção de que Deus, no momento apropriado, estabelecerá Sua justiça contra toda forma de maldade. Judas utiliza essa profecia para enfatizar que o juízo divino é inevitável para aqueles que rejeitam o Senhor. Ele descreve os falsos mestres como responsáveis por discursos insolentes contra Deus e por atitudes ímpias que corrompem a igreja:
“São murmuradores e descontentes, que vivem apenas para satisfazer os próprios desejos. Contam vantagem em alta voz e bajulam outros para conseguir o que querem.” (Judas 1:16 NVT)
Nesse versículo, Judas descreve um tipo de conduta que ameaça de forma sutil a vida da igreja: indivíduos guiados por seus desejos desordenados, dominados pela murmuração, pela soberba e pela bajulação manipuladora. Embora aparentem espiritualidade, suas motivações nascem do ego e não do Espírito. Em nossos dias, a lisonja assumiu aparência religiosa. A bajulação se veste de honra, mas Judas nos adverte que ela destrói, pois alimenta ambientes onde o orgulho floresce e a consciência fica adormecida.
Tanto quem bajula quanto quem recebe a bajulação está em risco. O bajulador procura benefícios egoístas. Seu elogio não brota do amor, mas da conveniência. Judas afirma que essas pessoas seguem seus “próprios desejos”, em vez de buscarem a vontade do Senhor. Já quem é bajulado começa a enxergar-se maior do que realmente é, perdendo a vigilância e a sobriedade espiritual. O coração se embriaga com o aplauso e se distancia do temor de Deus.
Judas não escreve apenas para denunciar, mas para despertar. Sua advertência é também um chamado para abandonarmos a busca por reconhecimento, avaliar nossas intenções ao elogiar alguém, evitar palavras exageradas que inflam o ego e cultivar a humildade que aponta para Cristo, e não para nós mesmos.
“Que o Senhor corte os lábios bajuladores e cale a língua arrogante.” (Salmos 12:3 NVT)




