Leia Mateus 6:1
“Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.”
Após ensinar que aqueles que enfrentam perseguições por causa da justiça são considerados bem-aventurados (leia Mateus 5:10), e que os bem-aventurados devem deixar a luz de suas boas obras brilhar diante dos homens (leia Mateus 5:16), Jesus também destaca a importância da justiça de seus discípulos exceder àquela praticada pelos escribas e fariseus (leia Mateus 5:20). Além disso, Ele nos exorta a amar os inimigos, abençoar os maldizentes, fazer o bem e orar por aqueles que nos maltratam e perseguem. Entretanto, Jesus adverte sobre o perigo de praticar a generosidade de forma ostensiva, buscando autopromoção:
“Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.”
Então, as obras devem ser vistas ou não? Há alguma contradição aqui? Não, de forma alguma! Jesus busca esclarecer o aspecto positivo e negativo dessa questão. Por um lado, Ele instrui Seus discípulos a praticar boas obras para glorificar Seu Pai celestial – e este é o lado positivo. Por outro lado, Ele os adverte a não realizar boas ações com a intenção de se autopromoverem – e este é o lado negativo.
Em outras palavras, é claro que devemos praticar o bem, mas não como uma forma de buscar reconhecimento pessoal. A glória pelas boas obras deve ser dirigida a Deus e não ao homem. Mesmo que os discípulos de Cristo sejam vistos realizando boas obras, não devem fazê-lo com o objetivo de serem notados ou elogiados:
“Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” (Mateus 6:2)
Aqueles que buscam admiração ou louvor humano por suas demonstrações de piedade não receberão recompensa do Pai. Pelo contrário, se a motivação for a aprovação humana, essa será a única recompensa que obterão (leia Lucas 6:24). As obras que verdadeiramente agradam a Deus são feitas em gratidão pelas bênçãos já recebidas, como o perdão e a segurança na salvação eterna por meio de Jesus.
Devemos reconhecer que, mesmo cumprindo todos os mandamentos de Deus, ainda somos servos indignos, fazendo apenas o que Ele tem o direito de esperar de nós. Sendo assim, qualquer recompensa que Deus nos conceda é uma demonstração de Sua graça, Seu favor imerecido. Por isso, “quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará.” (Mateus 6:3,4)
Portanto, ao sermos generosos, devemos evitar alardes e publicidade, mas agir com sinceridade e humildade. Muitos atos não são intrinsecamente bons ou maus, mas sim a motivação por trás deles que faz toda a diferença aos olhos dAquele que sonda os corações. Pois…
“Ainda que distribuíssemos toda a nossa fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregássemos o nosso corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso teria proveito.” (1 Coríntios 13:3)