Leitura Bíblica: Tiago 2:1-5
Versículo-chave: “Meus irmãos, como podem afirmar que têm fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo se mostram favorecimento a algumas pessoas?” (Tiago 2:1 NVT)
No segundo capítulo da carta de Tiago, somos exortados a conservar a fé em Jesus Cristo sem preconceitos, distinções ou favoritismos:
“Meus irmãos, como podem afirmar que têm fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo se mostram favorecimento a algumas pessoas?” (Tiago 2:1 NVT)
Entre os cristãos dispersos havia quem manifestasse preferência pelos abastados e menosprezasse os necessitados. Tiago, ao tratar dessa questão, não se dirige apenas aos ricos que desprezavam os pobres, mas também aos pobres que nutriam uma visão distorcida sobre os ricos, como se estes desfrutassem de maior aprovação diante de Deus.
As diferenças socioeconômicas não podem fragmentar a comunidade cristã. Para reforçar esse ensino, Tiago apresenta uma ilustração para que os crentes percebessem a situação de forma concreta: um homem rico sendo honrado e um pobre tratado em segundo plano (Tiago 2:2-3). Tal postura não deve existir entre aqueles que pertencem a Cristo!
Na antiguidade, a prosperidade era considerada um indício da bênção divina, enquanto a pobreza era vista como marca de infidelidade. Contudo, a riqueza podia encobrir a ganância, o egoísmo e, consequentemente o desprezo a Deus; enquanto a pobreza poderia expor murmurações, preguiça e descontentamento.
Em Provérbios encontramos uma súplica sincera que ilustra bem essa realidade:
“Ó Deus, eu te peço dois favores; concede-os antes que eu morra. Primeiro, ajuda-me a ficar longe da falsidade e da mentira. Segundo, não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o que for necessário. Pois, se eu ficar rico, pode ser que te negue e diga: ‘Quem é o Senhor?’. E, se eu for pobre demais, pode ser que roube e, com isso, desonre o nome do meu Deus.” (Provérbios 30:7-9 NVT)
Essa oração demonstra a honestidade do salmista diante da limitação humana e nos mostra que, de fato, há pessoas que, pela inclinação de seu próprio coração, precisam permanecer em simplicidade, pois, se alcançassem prosperidade, abandonariam e envergonhariam o nome do Senhor.
Portanto, a advertência principal de Tiago é que a fé em nosso Senhor Jesus Cristo não deve ser praticada com parcialidade. Primeiramente, porque o favoritismo transforma quem o pratica em juiz de pensamentos maliciosos:
“Essa discriminação não mostrará que agem como juízes guiados por motivos perversos?” (Tiago 2:4 NVT)
Em segundo lugar, a riqueza não é evidência de santidade, visto que tanto ricos quanto pobres são atingidos pelo pecado. Deus não se orienta pelos critérios humanos. Ele escolheu os humildes aos olhos deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do seu Reino:
“Ouçam, meus amados irmãos: não foi Deus que escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé? Não são eles os herdeiros do reino prometido àqueles que o amam?” (Tiago 2:5 NVT)
Como bem sabemos, a redenção não depende de méritos pessoais nem de realizações humanas. Ela não pode ser comprada ou conquistada (Efésios 2:8-10); é fruto da escolha soberana de Deus, que não leva em conta bens ou posses (1 Coríntios 1:26-29). Em outras palavras, alguém pode ser carente neste mundo e abastado na eternidade, ou rico agora e miserável no porvir.
Tanto pobres quanto ricos são iguais diante da cruz e necessitam da graça salvadora: “Pois todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus” (Romanos 3:23 NVT). Sejamos, então, guiados não pelos critérios passageiros deste mundo, mas pela verdade eterna do Reino, onde o maior tesouro é a fé genuína em Cristo e a herança prometida aos que O amam.