Leitura Bíblica: Efésios 5:22-24
Versículo-chave: “Esposas, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor.” (Efésios 5:22 NVT)
A sabedoria guiada pela vontade de Deus constitui a base de uma vida equilibrada em todos os nossos vínculos. Paulo apresenta essa orientação nos versículos anteriores, e conclui afirmando que uma das formas de sermos cheios do Espírito é vivendo em sujeição “uns aos outros por temor a Cristo” (Efésios 5:21 NVT). Essa atitude de submissão recíproca tem início no ambiente familiar – marido, esposa e filhos – e se estende também para fora dele – patrões e empregados. Hoje vamos refletir sobre a sujeição da esposa em relação ao marido:
“Esposas, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor.” (Efésios 5:22 NVT)
Ao ler esse versículo, algumas pessoas insistirão em afirmar que ele foi escrito apenas para a sociedade daquela época, e que, diante dos avanços culturais e dos recursos tecnológicos atuais, sua aplicação perdeu a validade. Esse pensamento é um engano! A Bíblia não é um livro escrito apenas para um período ou contexto específico, mas é a Palavra eterna de Deus, cujos princípios são atemporais e permanentes.
Portanto, a esposa cristã deve, sim, colocar-se em sujeição ao marido — não por coerção ou humilhação, mas com uma disposição livre de servi-lo, honrá-lo e respeitá-lo. A forma como a mulher lida com seu marido diz muito sobre sua vida no Espírito.
Mas afinal, o que significa submissão? Segundo a perspectiva bíblica, submeter-se não equivale a ser inferior. Em Gênesis 1:26-27 está escrito que Deus criou homem e mulher à Sua imagem e semelhança; sendo assim, no que diz respeito à criação, a mulher não é inferior ao homem. Quanto à salvação, o mesmo princípio se mantém: não há distinção entre homem e mulher, ambos são chamados ao arrependimento e à fé em Jesus. Em Cristo, “não há homem nem mulher, nEle todos são um” (Gálatas 3:28).
Nosso entendimento se amplia à luz de 1 Coríntios 11:3:
“Mas quero que saibam de uma coisa: o cabeça de todo homem é Cristo, o cabeça da mulher é o homem, e o cabeça de Cristo é Deus.”
Muitos associam o termo “cabeça” à ideia de superioridade, mas não é essa a visão bíblica. Sabemos que não existe hierarquia dentro da Trindade; ou seja, o fato de Deus Pai ser o cabeça de Cristo (Deus Filho) não implica superioridade ou primazia. Pai, Filho e Espírito Santo compartilham da mesma essência e eternidade. Contudo, em termos de funcionalidade, “o cabeça de Cristo é Deus”. Dessa forma, embora homem e mulher tenham sido criados com igual valor, o fato de o homem ser “o cabeça da mulher” não significa que ele seja superior.
Outro aspecto relevante é que a submissão não está ligada a gênero. O texto é bem claro, e não afirma que todas as mulheres devem se submeter a todos os homens, mas sim que a esposa deve sujeitar-se “cada uma a seu marido”. Ainda assim, essa sujeição não é ilimitada! A esposa deve estar submissa “como ao Senhor”, da mesma forma que a igreja se submete a Cristo:
“Assim como a igreja se sujeita a Cristo, também vocês, esposas, devem se sujeitar em tudo a seu marido.” (Efésios 5:24 NVT)
Os limites dessa sujeição são definidos pela vontade do próprio Deus. Se uma autoridade civil exige de um cristão algo contrário às Escrituras, ele deve desobedecer aos homens e permanecer fiel ao Senhor. Da mesma maneira, a esposa não deve obedecer ao marido caso ele lhe imponha algo pecaminoso, imoral ou injusto, mas deve continuar rendendo obediência e honra a Cristo. Portanto, a medida da submissão feminina é a Pessoa de Cristo, “pois o marido é o cabeça da esposa, assim como Cristo é o cabeça da igreja, sendo Ele o Salvador do corpo, que é a igreja” (Efésios 5:23 NVT).