Leitura Bíblica: Atos 18:12-23
Versículos-chave: “Ouçam, judeus! Se sua queixa envolvesse algum delito ou crime grave, eu teria motivo para aceitar o caso. Mas, como se trata apenas de uma questão de palavras e nomes e da sua lei, resolvam isso vocês mesmos. Recuso-me a julgar essas coisas.” (Atos 18:14-15 NVT)
O Senhor já havia fortalecido Paulo, incentivando-o a não temer e a continuar proclamando o Evangelho. Assim, ele permaneceu em Corinto “por um ano e meio ensinando a Palavra de Deus” (Atos 18:11 NVT). No entanto, com a nomeação de um novo governador, Gálio, os judeus viram uma oportunidade para acusar o apóstolo Paulo de divulgar uma fé que não era reconhecida pela legislação romana. Se o governador declarasse o cristianismo ilegal, isso incentivaria uma perseguição ainda mais intensa contra os seguidores de Cristo.
Diante da acusação, Paulo se preparou para se defender, mas foi interrompido pelo próprio governador, que declarou que não havia nenhum caso legítimo a ser julgado. Gálio foi convocado para decidir sobre uma disputa que não se enquadrava nas normas comuns de crimes e punições. Nessa área, ele tinha ampla liberdade para agir de acordo com as tradições locais e sua própria interpretação da justiça. Contudo, ele rejeitou o julgamento, afirmando:
“Ouçam, judeus! Se sua queixa envolvesse algum delito ou crime grave, eu teria motivo para aceitar o caso. Mas, como se trata apenas de uma questão de palavras e nomes e da sua lei, resolvam isso vocês mesmos. Recuso-me a julgar essas coisas.” (Atos 18:14-15 NVT)
Para Gálio, o cristianismo era apenas uma vertente do judaísmo e, como essa religião possuía reconhecimento oficial no Império, ele não viu razões para considerar uma denúncia válida. Por esse motivo, ordenou que seus guardas expulsassem os acusadores da audiência (Atos 18:16 NVT). Mas uma multidão descontente voltou a sua fúria contra Sóstenes, o novo líder da sinagoga, espancando-o ali mesmo no tribunal. Gálio, por sua vez, agiu indiferente à injustiça cometida diante dele.
A postura de Gálio ao não dar suporte à oposição judaica pode ter encorajado Paulo a prolongar sua estadia em Corinto. Mais uma vez, percebemos o soberano cuidado de Deus sobre a vida de Paulo, confirmando o que Ele já lhe havia dito: “ninguém o atacará nem lhe fará mal, porque muita gente nesta cidade me pertence” (Atos 18:10 NVT).
Lucas registra que Paulo raspou a cabeça como parte de um voto que havia feito. Esses votos eram realizados como forma de agradecimento ao Senhor – como no caso do livramento que Paulo experimentou em Corinto – ou como um compromisso para um pedido futuro. Durante o período do voto, a pessoa se abstinha de vinho e não cortava o cabelo (Números 6:2-5). Ao término do tempo estipulado, os cabelos eram cortados e queimados como oferta, como se a própria vida estivesse oferecendo-se a Deus em holocausto (Números 6:18; Atos 21:23-24).
Depois disso, Paulo embarcou em um navio rumo à Síria, acompanhado por Priscila e Áquila. Ao chegar ao porto de Éfeso, ele se separou de seus companheiros e seguiu com sua jornada. Sua permanência na cidade foi breve, e, mesmo diante de uma recepção calorosa, ele não prolongou a visita. Antes de partir, despediu-se afirmando que retornaria caso fosse da vontade de Deus e, então, deixou Éfeso.
Vale destacar que, em uma ocasião anterior, Paulo havia tentado ir a Éfeso, mas foi impedido pelo Espírito Santo (Atos 16:6). Agora, porém, ele atravessa a cidade no momento e nas circunstâncias adequadas. Isso nos ensina que, ao confiarmos em nossos caminhos ao Senhor e acreditarmos que Seu tempo é perfeito, assim como fez Paulo, sempre estaremos no lugar certo, na hora certa. Portanto…
“Aquiete-se na presença do Senhor, espere nEle com paciência. Não se preocupe com o perverso que prospera, nem se aborreça com seus planos maldosos. Deixe a ira de lado! Não se enfureça! Não perca a calma; isso só lhe trará prejuízo.” (Salmos 37:7-8 NVT)