Leia Mateus 13:51
“E disse-lhes Jesus: ‘Entendestes todas estas coisas?’ Disseram-lhe eles: ‘Sim, Senhor’.”
Jesus compartilhou as quatro primeiras parábolas do capítulo 13 do Evangelho segundo Mateus – o Semeador, o Joio, a Semente de Mostarda e o Fermento – enquanto estava em um barco, ensinando a uma grande multidão na praia (leia Mateus 13:1,2,36). As três últimas – o Tesouro Escondido, a Pérola de Grande Valor e a Rede (leia Mateus 13:44-50) – foram compartilhadas, exclusivamente, com os discípulos. Ao final, Jesus questionou:
“Entendestes todas estas coisas?”
Mas… quais coisas seriam estas?
Até este ponto, temos relacionado o Reino dos Céus com modestos elementos, pois seu começo foi discreto; entretanto, para evitar que alguém o considere pequeno ou insignificante, nas Parábolas do Tesouro Escondido e da Pérola, o Senhor ilustra o Reino como algo extremamente valioso, de grande valor para aqueles que o recebem. Jesus, o Cristo, é o verdadeiro tesouro; nele reside toda a plenitude de Deus (leia João 1:16; Colossenses 1:19): uma riqueza de sabedoria, conhecimento, justiça, graça e paz. E, quando nos convertemos a Cristo, todas essas bênçãos são compartilhadas conosco (leia Efésios 1:3).
O Evangelho é o campo onde o tesouro se encontra escondido, na Palavra, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Ele não está escondido em um jardim murado ou uma fonte inacessível, mas sim num campo aberto; qualquer pessoa que desejar poderá buscá-lo nas Escrituras, contanto que siga o caminho certo:
“Se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.” (Provérbios 2:4-6)
Porém, muitos têm menosprezado o Evangelho, perdendo o desejo de se dedicar a ele, pois fixam seus olhos apenas na superfície do campo. No entanto, aqueles que têm “cavado” as Escrituras mais profundamente, encontram um tesouro nesse campo que supera em valor qualquer outro bem – eles encontram Cristo e a vida eterna (leia João 5:39). Assim como aquele que encontra o tesouro decide adquiri-lo, vendendo tudo para comprar o campo, também são os redimidos que compreendem a dádiva da salvação em Cristo: eles se dispõem a abrir mão de tudo para se dedicar ao tesouro do Evangelho.
De maneira similar, a “Pérola de Grande Valor” (Mateus 13:45,46) é uma parábola que destaca a disposição de entregar tudo por algo de valor inestimável: o próprio Cristo e seu Reino. O mercador que encontra essa pérola também vende tudo o que possui para obtê-la. É essencial destacar que este ensino não implica em comprar a salvação, pois reconhecemos que a salvação é um dom gratuito de Deus. “Comprar a pérola” significa adquirir a posse legítima dela, e isso ocorre não por nossa própria habilidade ou recursos, mas sim pela graça, por meio da fé em Cristo; inclusive, a fé que exercemos também é um dom de Deus (leia Efésios 2:8).
Ambas as parábolas englobam a peregrinação cristã. Alguns encontram o tesouro escondido sem, sequer, procurá-lo; enquanto outros descobrem a pérola de grande valor após diligente busca. Todos nós nos encaixamos em uma dessas situações.
Sabemos que o ser humano caído não pode buscar Cristo por conta própria, mas muitos cristãos, antes de sua conversão, vão sendo atraídos pela busca por algo que possa preencher suas vidas. Procuraram por muito tempo, frequentemente, sem saber o que buscavam. Até que, nessa busca, encontram o tesouro precioso da salvação e de uma nova vida através do Espírito. Ficam surpresos e jubilosos por serem encontrados por Cristo, pois mesmo procurando, são surpreendidos pela imensidão do tesouro que encontraram. Isso ocorreu com o eunuco etíope (Atos 8:26-38), Cornélio (Atos 10), o carcereiro (Atos 16:29-34) e tantos outros. Há também exemplos de pessoas que encontraram o tesouro escondido sem procurá-lo, como o apóstolo Paulo no caminho para Damasco (Atos 9:1-19).
E você, como estava antes da conversão:
como o “comprador do campo” ou o “mercador de pérolas”?
E, como tem respondido ao encontro com o precioso tesouro do Evangelho?