Leia Atos 27:23-25
“Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: ‘Paulo, não temas; importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, ó senhores, tende bom ânimo; porque creio em Deus, que há de acontecer assim como a mim me foi dito.”
Após encerrar abruptamente o interrogatório de Paulo, o rei Agripa II saiu e comentou com o governador Festo: “Se ele não tivesse apelado para César, poderia ser libertado” (Atos 26:32). No entanto, isso não estava nos planos do Senhor, pois Ele já havia decretado que Paulo testemunharia a Seu respeito em Roma, assim como fez em Jerusalém (Atos 23:11).
Assim, Paulo embarcou em um navio, sob a supervisão de Júlio, um centurião romano da Coorte Imperial (leia Atos 27:1). Detalhadamente, Lucas descreve a jornada de Paulo até Roma, repleta de contratempos, perigos, desafios, tufões, tempestades, mas também permeada de esperança.
Apesar de enfrentar uma viagem desafiadora para chegar ao seu destino, Paulo recebeu encorajamento da parte de Deus. O anjo do Senhor apareceu e disse a ele: “Paulo, não temas; importa que sejas apresentado a César”. Paulo transmitiu essa mensagem de encorajamento aos seus companheiros de viagem, assegurando-lhes que Deus preservaria a vida de todos que estavam navegando com ele. E concluiu dizendo: “Portanto, ó senhores, tende bom ânimo; porque creio em Deus, que há de acontecer assim como a mim me foi dito.”
Observe a atitude de submissão de Paulo ao falar sobre sua relação com Deus. O Deus que lhe deu essa informação favorável é “de quem eu sou, e a quem sirvo”. Paulo reconhece Deus como seu legítimo dono, possuidor de um título incontestável de soberania e domínio sobre ele. Essa deve ser nossa postura, pois Deus nos criou, portanto, não somos donos de nós mesmos, mas pertencemos a Ele. Somos propriedade dEle pela criação, pois Ele nos fez; somos propriedade dEle pela preservação, pois Ele nos sustenta; e somos propriedade dEle pela redenção, pois Ele nos comprou!
É exatamente essa confiança no Senhorio de Deus que nos permite crer que, mesmo diante de adversidades – como doenças, enfermidades, perda de emprego, luto ou acidentes – elas não nos impedem de ter comunhão com Ele. Mesmo em meio às “tempestades” da vida, podemos direcionar nossas orações a Deus; sem saber ao certo para onde essas tempestades nos levarão, porém, confiando no favor de Deus para com Seu povo, pois Ele é um socorro presente na angústia (leia Salmos 46:1). Devemos nos sujeitar a Cristo, enfrentar os desafios tendo a esperança como uma firme e segura âncora da alma, enquanto aguardamos o dia raiar.
Assim como Paulo, somos proibidos de temer. “Não temas!” mesmo quando todos ao nosso redor não souberem o que fazer ou estiverem desesperados; precisamos prosseguir crendo que o mesmo Deus que nos trouxe até aqui nos levará adiante para Sua glória! Isso não significa que o Senhor nos livrará sempre, absolutamente não! Significa que, se o Senhor nos livrar e poupar, Ele é Deus! Se Ele não nos livrar, Ele continua sendo o Deus Todo-Poderoso!
Quanto a nós…
“deixemos todo o embaraço [toda carga desnecessária: o materialismo, o egoísmo, o hedonismo, o ativismo] e o pecado [toda sorte de pecado] que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta. Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Consideremos, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra Si mesmo, para que não nos enfraqueçamos, desfalecendo em nossos ânimos.”
(Hebreus 12:1-3)